No Piauí, a falta de vacina contra hepatite B em postos de saúde, hospitais e maternidades já dura quase dois meses. O problema ocorre em todo o país desde o fim do ano passado e no Estado só deve ser solucionado no mês de março. O atraso no repasse aos estados ocorre devido a um problema na produção das doses, responsabilidade do Instituto Butantan, em São Paulo.
As formas de transmissão do vírus B são sexual, sanguínea e vertical, esta última acontece de mãe portadora do vírus B para a criança, que se dá durante o parto. A dose contra a doença também está prevista na caderneta de vacinação distribuída pelo Ministério da Saúde. A orientação é que a criança seja vacinada contra a hepatite B- doença transmitida por vírus e que causa irritação e inflamação do fígado- junto com a vacina BCG, logo ao nascer.
Com a falta da vacina, muitos pais estão sendo obrigados a imunizarem os filhos em hospitais particulares de Teresina. A dose na rede privada custa em média R$ 60.
"Esta situação se arrasta há meses. Milhares de pequenos piauienses ficaram sem a primeira dose de vacina contra hepatite B, que deve ser tomada nos primeiros dois meses de vida. Os pais que podem fazer o sacrifício de pagar pela vacina - nem que seja no cartão de crédito ou pedindo dinheiro emprestado - recorrem à rede privada para que o filho seja imunizado. E os que não têm como fazer este sacrifício? Ficam à mercê da sorte, torcendo para que o pior não venha a acontecer. Os governos estadual e municipal devem confiscar todas as vacinas disponíveis nos hospitais privados para garantir atendimento vacinal gratuito a todos os piauienses", desabafa o professor Daniel Solon, pai do pequeno Nicola, que tem apenas 23 dias.
Em todo o país serão disponibilizadas 17 milhões de vacinas, sendo 40 mil para o Piauí. Para chegar às unidades de saúde dos municípios, as doses são repassadas, primeiramente, para a Secretaria Estadual de Saúde. A assessoria de imprensa da Sesapi informou que o Instituo Butantan já sinalizou a regularização da produção e o repasse deve ocorrer apartir da próxima semana.
Hepatite A
No Piauí, além da vacina contra hepatite B também falta contra o tipo A, doença que também acomete o fígado e é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal.
De acordo com informações da Sesapi, o Ministério da Saúde ainda não disponibilizou as doses devido a indisponibilidade de estoque. A carga prevista para ser distribuída as estados está retida na alfândega desde o fim de novembro de 2015.
Não há previsão da regularização do abastecimento.
Graciane Sousa
[email protected]