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Criança de 5 anos conquista direito a mudança de gênero

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Uma criança de 5 anos se tornou a pessoa mais jovem a conseguir o direito de ser tratada pelo gênero feminino. Com a decisão, a criança, poderá ser tratada pelo nome do gênero feminino e utilizar o banheiro das meninas na escola em que estuda. 

Em entrevista para o jornal Estadão, a mãe da menina, Patrícia, de 36 anos, contou que, desde que tinha um ano e meio, Isabela já demonstrava preferência por brinquedos e roupas de meninas. "Nessa época, não demos a menor importância, até por causa da pouca idade", disse.

No ano passado, foi identificado que Isabela tem disforia de gênero, ou seja, apesar de ter nascido do sexo masculino, identifica-se como menina. De acordo com mãe, ela começou a se mostrar incomodada em ser tratada como menino, não queria mais usar roupas masculinas e chegava a chorar quando a chamavam por seu nome de batismo.

"Me partia o coração ver sua angústia, querendo explorar o universo feminino e nós não deixávamos, não da forma que ela gostaria. Em casa, sempre usava roupas femininas, sapatos, mas se fosse sair, tinha de tirar tudo e eu via a tristeza nos olhinhos dela", contou a mãe.

Patrícia começou a pesquisar e procurou a ajuda de um psicólogo. Desde o ano passado a menina passou a ser uma das 32 crianças atendidas pelo Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, que tem uma equipe especializada para trabalhar com crianças e jovens com disforia de gênero.

"Pelos pais que chegam aqui, vemos que o preconceito diminuiu bastante nos últimos anos. Mas muitos ainda chegam se sentindo culpados, nosso papel é mostrar que não está nas mãos da família decidir isso. É o que a criança é", afirmou o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do espaço. 

A mãe de Isabela comemorou o fato da filha ser tratada na escola como sempre quis, mas se prepara para os desafios que terá pela frente. "Fiz uma promessa: ela será muito feliz, terá todos os direitos de qualquer outra criança", declarou Patrícia.

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