A Justiça Federal de Brasília condenou o piauiense Halysson Carvalho Silva, ex-diretor da extinta Fundação de Cultura do Piauí (Fundac), a quatro anos e três meses de prisão, pelo crime de extorsão. A pena deverá ser cumprida em regime semiaberto, mas Halysson poderá recorrer em liberdade. Ele é acusado de participar de um suposto esquema de compra de medidas provisórias investigado pela Operação Zelotes, da Polícia Federal (PF). Halysson é o primeiro réu a sofrer condenação.

O piauiense deve ser solto ainda nesta sexta-feira (11). Ele estava detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O réu ainda terá que pagar multa no valor de um salário mínimo e meio em valores da época (outubro de 2010) que o crime foi cometido.

A decisão é do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. O magistrado disse em sua decisão que não tem dúvidas de que o acusado usou de grave ameaça para cobrar valores referentes à Media Provisória nº 471/09.

A Operação Zelotes investiga a manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. A estimativa da Polícia Federal é de que R$ 19 bilhões foram desviados, valor que supera os desvios detectados na Operação Lava Jato, que desarticulou um esquema de corrupção na Petrobras.  

Halysson chegou a dar depoimento na CPI do CARF, no Senado Federal, onde negou ter envolvimento com os crimes investigados pela Operação Zelotes. O piauiense foi preso pela Polícia Federal no dia 26 de outubro de  2015.

A operação Zelotes em que o piauense foi preso foi realizada em outubro do ano passado nos estados de São Paulo, Piauí, Maranhão e Distrito Federal. Cerca de cem policiais federais cumpriram em todos os estados seis mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva (quando a pessoa presta esclarecimento na delegacia e depois é liberada).

Hérlon Moraes
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