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Lava Jato: empresário do Piauí presta depoimento na PF e nega acusações

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Atualizada às 11h30

O empresário Lourival Ferreira Nery Junior foi ouvido na sede da Polícia Federal do Piauí na manhã desta terça-feira (22) para esclarecer pontos da operação Lava Jato. O advogado que o acompanhou, Hilbertho Evangelista, confirmou que o depoimento durou cerca de 15 minutos.

Lourival Nery prestou depoimento na presença de dois delegados, um do Paraná e outro do Piauí para esclarecer uma interceptação telefônica em que ele é citado. Nery foi levado a sede da PF do Piauí em condução coercitiva ordenada pelo juiz Sérgio Moro. A 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa, cumpre 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva.

Durante depoimento, os delegados apontaram cerca de 20 pessoas e questionaram se o empresário do Piauí conhecia. Todas as pessoas apontadas e citadas na Lava Jato, Lourival Nery garantiu que não tinha relação com elas. Entre os nomes citados pela PF, na sede do Piauí, estava o empresário Marcelo Odebrecht. Lourival Nery voltou a garantiu que não o conhecia. 

“Ele é inocente, não tem nada de concreto contra ele. O depoimento foi rápido, demorou cerca de 15 minutos, saindo por volta das 7h40 da manhã da sede da polícia. O Lourival não é indiciado, não está sob investigação, ele veio para esclarecer um fato que o nome dele surgiu em determinadas conversas, mas ele não conhecia ninguém dos que foram citados", garantiu o advogado.

Hilbertho Evangelista não deu detalhes do teor do depoimento, alegando que a operação está sob sigilo. O portal Cidadeverde.com apurou que o delegado que ouviu o empresário foi Albert Sérvio de Moura e um delegado do Paraná.  

Lourival Nery foi diretor financeiro da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministério das Cidades. Nery passou dez meses no cargo e saiu em março de 2014. Ele foi citado na operação Águas Claras, deflagrada em 2012. 

Durante todo o depoimento, Lourival Nery negou as acusações, declarando-se inocente.

ODEBRECHT

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a 26ª fase da Lava Jato. Denominada "Xepa", a etapa mira executivos da Odebrecht e doleiros e investiga uma suposta estrutura interna na empreiteira para pagamento de propinas em setores, inclusive relacionadas à Petrobras.

A Operação Xepa é desdobramento da 23ª fase – Operação Acarajé – em que foi preso o marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura. Eles receberam pelo menos US$ 3 milhões da Odebrecht em conta secreta na Suíça. A partir dessas investigações, foram descobertas as planilhas secretas da empreiteira com pagamentos de propina e codinomes.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a Odebrecht "confirma que a Polícia Federal cumpriu hoje mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão em escritórios e residências de integrantes em algumas cidades no Brasil".

"A empresa tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários", completa.

 

Matéria original

Um empresário foi conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal do Piauí, na 26ª fase da Operação Lava Jato, que foi deflagrada nesta terça-feira (22) no Piauí e outros 8 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

Nesse momento o delegado Alexandre Uchôa, titular do combate ao crime organizado da PF, está colhendo o depoimento do empresário. A assessoria de Imprensa da Polícia Federal do Piauí informou que está sendo cumprido apenas este mandado de condução coercitiva. De acordo com a assessoria, o delegado do Paraná comunicou aos policiais do Piauí que o empresário fosse ouvido e depois liberado. 

Não há mandados de busca e apreensão para o Piauí.

Nas primeiras horas da manhã de hoje, a PF divulgou nota informando sobre a 26ª fase, intitulada Operação Xepa. Cerca de 380 Policiais Federais cumprem 110 ordens judiciais, sendo 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e 4 mandados de prisão preventiva.

A nota informa ainda que os trabalhos desenvolvidos nesta manhã são um desdobramento da 23ª fase, tendo em vista que, em decorrência da análise de parte do material apreendido, descortinou-se um esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo Odebrecht, destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas. O material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos do Grupo Odebrecht, nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial. Segundo a Polícia Federal, há indícios concretos de que o Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos.

Os investigados responderão, dentre outros, pelos crimes de corrupção, evasão de divisas, organização criminosa e lavagem de ativos. Os investigados conduzidos coercitivamente serão ouvidos em suas respectivas cidades, enquanto os presos serão levados  para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Às 10h, a Polícia Federal dará coletiva de imprensa em Curitiba para explicar as ações. Não haverá coletiva de imprensa em Teresina. 

 

Flash de Yala Sena
Redação de Jordana Cury e Maria Romero
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