O peemedebista João Madison anunciou que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, reassume a presidência da executiva estadual do PMDB no Piauí, a partir da próxima segunda-feira (28). O retorno ao comando do partido é encarado como uma estratégia contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Com 69 deputados federais, o PMDB é a maior bancada da Câmara e hoje comanda sete ministérios na Esplanada.
"Ele mandou um ofício e vamos ter uma reunião da executiva na segunda-feira. Eu soube ontem, por meio de um telefonema de Brasília, que o deputado Marcelo Castro quer assumir, para se afinar com o presidente do partido, querendo adiar a decisão do PMDB do dia 29 para o dia 12. Mas eu quero tranquilizar a todos, porque o PMDB vai se reunir de qualquer maneira dia 29, mesmo com o Marcelo Castro e todos aqueles que estão assinando esse ofício...Acredito que o Temer- democraticamente- vai colocar em votação essa posição de adiar a decisão sobre o rompimento do partido com o Governo", disse João Madison.
O atual presidente do diretório estadual do PMDB é o ex-ministro João Henrique Sousa que durante a semana havia negado o retorno de Castro ao comando do partido no Estado.
Diferentemente de Marcelo Castro, João Madison defende o impeachment e ressalta que todo o alvoroço na política atual é reflexo de promessas não cumpridas pelo governo petista.
"O impeachment está dentro da Constituição, que tem que ser respeitada. Isso de dizer que é golpe não procede. Se o afastamento for feito dentro da lei, não há o que se discutir. Os problemas do país como inflação, desemprego e outros, são muito graves. Tudo isso mostra a fragilidade do Governo Federal, e é isso que está motivando a população a ir às ruas. O que foi prometido durante a campanha da presidente não está sendo cumprido. Não é só uma ala do PMDB que quer o impeachment....é o povo do Brasil que está cansado do arrocho, das promessas que foram feitas e não estão sendo cumpridas", disse Madison.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, o deputado estadual destaca ainda que o rompimento do PMDB com o Governo Federal não impedirá a votação de pautas importantes para país. O parlamentar cita como exemplo, o caso do Piauí.
"Nunca deixamos de atender as reivindicações de interesse do Estado que são levadas para a Assembleia através do Governador Wellington Dias (PT). Temos tido a compreensão de votar naquilo que é bom para o Estado. Eu acho que o PMDB deveria entregar os cargos, ficar independente e votar naquilo que é de interesse do país. Não adianta ficar brigando por cargos neste momento", acrescenta.
Graciane Sousa
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