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Criança sofre com dores quatro meses após prazo para retirada de pinos

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Brincar com os amigos, sentar na carteira da escola, jogar futebol, ou correr para se esconder atrás de uma árvore. Essas são experiências comuns na vida de uma criança que Antônio Francisco Brito da Costa, de apenas sete anos, nunca pôde experimentar, e provavelmente ainda demore muito para saber. Tudo por conda de uma doença congênita que prejudica não só seu dia-a-dia mas toda a sua família. Por conta de seu tratamento ele precisou instalar dezenas de pinos e aparelhos em seu corpo para que pudesse esticar as pernas e membros inferiores.

Para alegria da família e da equipe médica, sua evolução foi rápida e com menos de um ano, o que era previsto para a retirada do equipamento, Antônio já poderia ficar sem usar os aparelhos. Porém começava aí uma verdadeira saga para que dona Francisca dos Santos de Brito, de 30 anos conseguisse ajudar o filho. Há nove meses usando as ferragens, há pelo menos quatro destes, Antônio já reclama de dores, e a mãe alega que não consegue marcar sequer uma consulta para agendar a retirada dos pinos e aparelhos.

"O médico deu o prazo de um ano, mas em menos de um ano ele esticou a perninha. Quando foi em fevereiro e março tentamos marcar a consulta mas o SUS não liberou aí eu tive que conseguir por outros meios uma consulta. Amanhã que eu vou levar ele no HGV para tentar falar com o médico e tentar falar com ele, mas há quatro meses meu filho sente dor com a perninha esticada e já era pra ele ter retirado esses ferros", explicou a mãe.

Drama familiar

Não bastasse as dificuldades para se locomover com o filho de táxi, já que a família não tem carro, agora a família está praticamente desabrigada, morando de favor na casa de amigos de dona Francisca. Tudo porquê, segundo ela, traficantes e bandidos da região da Pedra Mole, invadiram e depredaram sua antiga residência à procura de seu marido.

"Na minha casa funcionava um bar e uma ver houve um homicídio no morro. A Polícia foi investigar meu marido e acabaram dizendo que ele quem tinha falado coisas pra Polícia. Não consegui nem tirar as roupas de casa. Eles disseram que iam encontrar ele de qualquer jeito. Invadiram a casa e levaram tudo que podiam. Só não levaram o freezer do bar e a geladeira porque eram pesados", lamentou a dona de casa.

Depois de uma rápida passagem pelo interior, agora a família está em Teresina em busca do tratamento e Francisca precisa da ajuda de outras pessoas para transportar e até mesmo para alimentar o filho, que precisa de medicação para suportar as dores provocadas pelos pinos que ainda não foram retirados. Otimista, a mãe espera que a história sensibilize as autoridades para que o tratamento de Antônio possa ser agilizado.

"Tudo o que eu quero é que ele possa retirar esses pinos e possa parar de sofrer com a dor. Ele deve continuar o tratamento e tomara que um dia ele não sofra tanto com esse descaso", desabafou.

A Secretaria Municipal de Saúde explicou que o caso está sendo companhado e ele passsará por procedimento cirúrgico nesta semana. Confira a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde de Teresina informa que, antes mesmo da veiculação da matéria no portal Cidade Verde, o caso foi solucionado: o paciente A.F.B.C, de 7 anos, realizou consulta no HGV, está internado e, na próxima semana, será submetido ao procedimento cirúrgico para remoção dos pinos de suas pernas.

Rayldo Pereira
[email protected]

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