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Firmino Filho critica velha política de barganha e defende debate técnico

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Foto: Roberta Aline

O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), criticou  duramente a política de cargos durante entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (29). Após tomar conhecimento do acordo entre o PSD e PTB - onde os pré-candidatos Dr Pessoa e Amadeu Campos selaram a aliança em evento durante a manhã - o tucano disse estar preocupado com a excessiva politização de questões públicas e definiu o atual modelo político como falido.

"Vejo com muita preocupação essa excessiva politização das questões públicas, como se tudo se resumisse a política e não é verdade", declarou, demonstrando irritação.

Citando seu secretário de educação, o professor Kleber Montezuma, Firmino disse que se fosse adepto da política de barganha jamais o teria indicado para o cargo.

"Se eu fosse pensar em política, talvez eu não tivesse o professor  Kleber Montezuma como secretário de educação. Não faria sentido. Por que que o Kléber está lá? Não é para atrair partido A, B ou C. Não é para atrair um partido que vai me dar tempo de televisão. Ele está lá para fazer o necessário para garantir acesso a meninada, que tenha matrícula, e que temos  uma escola pública de melhor qualidade", desabafou.

Para Firmino, nem tudo é política quando se trata de gestão pública. Para ele, ainda é evidente a cultura das alianças visando a repartição de cargos após a vitória.

"Precisamos proteger a educação e todas áreas. O que estamos vendo hoje é a falência de um modelo político. Que modelo político é esse? Que acha que tudo é política, onde as pessoas disputam eleição, se juntam antes da eleição e, ao vencerem, vão fazer a repartição entre os vários ganhadores. Política faz sentido? Faz. Democracia não se faz sem política, agora, na gestão, a postura técnica tem que ser dominante e a exceção é que tem ser a política. Nós temos pregado isso e executado. A educação de Teresina sempre foi feita por técnicos e evoluiu", criticou.

Segundo Firmino, ainda é cedo para falar de política e que os desafios de administrar Teresina tomam todo o seu tempo. "Nós temos desafios de gerenciar a cidade e, estes desafios tomam seu tempo, sua atenção. É até difícil falar já de eleição, de política. Temos uma agenda muito intensa e a política vai ficando cada vez mais para o período eleitoral. Nosso compromisso com a cidade foi assumido na eleição anterior, portanto, temos uma agenda de trabalho para cumprir em cada uma das áreas de atuação da cidade. Estamos ainda no processo de finalização dessa administração. Este semestre, por exemplo, temos várias obras nas mais diversas áreas que estão sendo entregues à população", declarou.

O tucano resiste a falar de política, principalmente em meio ao período de crise vivido pelo país, tanto politicamente como economicamente. " É muito cedo para que a gente possa falar em acordos políticos para esse processo eleitoral. Vivemos um grave momento no Brasil. Temos uma crise econômica como nunca se  viu na história desse país. Uma crise política gravíssima e a nossa realidade demonstra isso", disse, elencando os problemas enfrentados pela população.

"Temos que discutir bastante essa nossa realidade. Vivemos um momento onde o desemprego cresce assustadoramente. Vivemos um momento onde as empresas estão falindo, onde as receitas públicas estão caindo. Estados ricos como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul não conseguem pagar sequer a sua folha e no meio desse tsunami que está acontecendo no Brasil temos que manter o rumo. Vamos deixar esse clima político para outra hora. Hoje de manhã nós estivemos na Escola Eurípedes Aguiar fazendo o lançamento da primeira fase do projeto "Um computador por aluno. Temos que falar do que está sendo feito", afirmou.

O prefeito anunciou para os próximos meses uma série de entrega de obras antes de entrar no período eleitoral propriamente dito.

"Na área de saúde estamos entregando a 31ª obra de UBS. Mas até o final do semestre teremos 36 unidade básicas ou reformadas ou completamente novas. Teremos no mês de maio a reforma da maternidade do Buenos Aires. Vamos ter a entrega da UPA do Promorar. Vamos ter inaugurações na área de lazer como o Parque da Cidadania. Será um marco. Teremos a entrega da Ponte Anselmo Dias, os terminais de integração do Dirceu. Estamos vivendo um momento administrativo importante", destacou, citando ainda o Lagoas do Norte.

"No projeto Lagoas do Norte são várias ações executadas no mesmo espaço. Teremos obras na parte de drenagem e avançamos muito no esgotamento sanitário. Temos muitas obras de urbanização e habitação. A 1ª fase já demonstrou o resultado. Foram gastos 33 milhões de dólares e na segunda fase serão investidos 88 milhões de dólares", concluiu.

Hérlon Moraes
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