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Alckmin critica nova ocupação em SP: 'Não invadem escolas do PT'

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O governador Geraldo Alckmin comentou e chamou de "seletiva" a ocupação da Escola Estadual Fernão Dias, localizada na Avenida Pedroso de Moraes, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo que foi tomada na madrugada deste sábado (30) durante visita em Itu (SP). Cerca de 80 estudantes protestam contra a falta de recursos para a educação e falta de merenda. 

"A escola Fernão Dias não tem nenhuma falta de merenda. Quando foram iniciadas as Etecs, não tinha previsão de merenda ser oferecida, mas nós resolvemos fazê-la. Atualmente são poucas que não têm. No caso da Fernão Dias, é nítido que é um movimento político em razão do impeachment. É interessante que eles não invadem escolas do PT. É uma invasão seletiva", afirmou o governador.

O governador participou da nova fase do programa Nascentes. "Na fazenda Limoeiro, quase 17,7 mil mudas de árvores nativas de Mata Atlântica estão sendo plantadas. Nós já estamos hoje com um milhão de mudas plantadas, 630 hectares, ao longo de rios, represas, corpos d'água e principalmente nascentes. A meta é 6,3 milhões de mudas no estado, 4.464 hectares", disse Alckmin.

Em Itu, Alckmin afirmou ainda que muitas pessoas que ocupam escolas não são estudantes e, sim, sindicalistas que prejudicam aproximadamente 300 mil alunos e professores. "É uma coisa totalmente descabida. O governo está totalmente aberto ao diálogo e isso [ocupações] é feito para a mídia, para ser glamurizado, sendo que é uma coisa contra o interesse público e prejudica as pessoas. No ano passado, tivemos depredação e roubo de equipamentos. Já fizemos boletim de ocorrência e estamos fazendo a apuração de todos os participantes. Se algo for subtraído ou depredrado, eles terão que indenizá-las", finalizou. 

A Escola Estadual Fernão Dias foi uma das primeiras a ser ocupada durante um protesto de estudantes contra o fechamento de escolas proposto pelo governador Geraldo Alckmin do ensino médio, entre novembro e dezembro de 2015 e janeiro de 2016.

Estudantes que ocuparam o Fernão Dias dizem que a secretaria de Educação descumpriu ordem da Justiça a suspensão da reorganização escolar em 2015 e fechou salas de aula. "Temos provas de que outras escolas próximas tenham fechado até mesmo quase um ciclo", disse uma aluna. 

Segundo a Polícia Militar, moradores da rua fizeram telefonemas por volta das 2h alertando sobre a possibilidade de alunos estarem ocupando a escola. A PM foi ao local e confirmou a ocupação.

Estudantes que participam da ocupação confirmaram ao G1 pelo Facebook que permanecem dentro da escola. A PM não soube informar o número de alunos que estão na escola Fernão Dias.

Alunos do Centro Paula Souza, na Luz, Centro da capital, que ocuparam a unidade na quinta-feira (28), também confirmaram a informação.

A Secretaria da Educação do Estado reafirmou, por meio de nota, que não falta merenda nas escolas da rede estadual de ensino e que está aberta ao diálogo. "Cabe ressaltar que investir em educação é compromisso do Governo do Estado, que aplica 30% de seu orçamento na área".

No Paula Souza, onde a ocupação permanece, os alunos se dividiram em grupos para manter o local organizado, enquanto durar a ocupação, segundo o frei Agostino, da Comunidade Voz dos Pobres. Ele está acompanhando a situação para ajudar a garantir a segurança dos jovens.

“Eles estão organizados em comissões, que foram sugeridas pelos secundaristas, que vieram apoiar: limpeza, segurança, mídia, alimentação”, diz.
Segundo Agostino, os alunos reclamam dos desvios de verba. Os alunos protestam contra a máfia da merenda escolar, os problemas com merendas nas Etecs e Fatecs e os cortes nos repasses para a educação. “A gente entende que houve redução de verba na merenda. E nada foi explicado. Se a Etec que é o modelo de educação do estado, não tem merenda, imagina as demais", afirmou.

Fernão Dias

A escola estadual Fernão Dias foi a que ficou mais tempo ocupada durante um protesto realizado entre novembro de 2015 e janeiro de 2016 dentre escolas estaduais em um protesto de estudantes da rede contra a reestruturação do ensino secundarista, proposto pelo governador Geraldo Alckmin.

A ocupação dos alunos na Fernão Dias começou no dia 10 de novembro de 2015 e foi a segunda a ser invadida após o overno decidir fechar mais de 90 unidades escolares e transferir mais de 300 mil alunos. Apesar de os estudantes afirmarem que o movimento das ocupações era horizontal e não tinha lideranças, a Fernão Dias acabou concentrando os organizadores das manifestações.

Após uma série de protestos, Alckmin suspendeu em 4 de dezembro as mudanças que ocorreriam nas escolas por causa da reorganização. Em seguida, o secretário da Edudação Herman Voorwald deixou o cargo. Os alunos entregaram a chave da Fernão Dias à diretoria de ensino mais de um mês depois, deixando a unidade.

 

Fonte: G1.

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