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Secretariado recebe pesquisa: Piauí é o Estado que mais reduziu desigualdades

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Atualizada às 13h38

Na manhã desta terça-feira (03), estiveram reunidos com governador Wellington Dias (PT) os secretários de governo para discutir os desafios para o desenvolvimento do Piauí, em que está sendo apresentado um balanço da evolução e dos problemas enfrentados pelo Estado nos últimos 15 anos. De acordo com dados do doutor em economia Ricardo Paes de Barros, o Piauí foi o 4º estado que mais reduziu a extrema pobreza em 10 anos, de 2003 a 2011, aproximadamente 6,7%.

Contudo, conforme o economista, mesmo conseguindo aumentar a inclusão produtiva em cerca de 90% no mesmo período, o Estado ainda não conseguiu empregar 300 mil pessoas - cerca de 10% da parcela mais pobre - na inclusão produtiva do estado. 

Segundo o econonomista, o Piauí tem hoje a maior taxa de ocupação do país, que é de 64%, contudo o crescimento de remuneração pelo trabalho foi de apenas 3%, no período de 2003 a 2011, um dos mais baixos do país, com média de R$ 627. O grande alerta feito pelo especialista é que nos três últimos anos, de 2013 a 2013, houve uma grande redução da inclusão produtiva, com perda de empregos.

Hoje está sendo apresentado o estudo de desenvolvimento social de Paes de Barros, economista chefe do Instituto Ayrton Sena, do INSPER e ex-assessor do Conselho de Desenvolvimento Social da Presidência no governo Lula. O especialista em economia vai realizar reuniões em Teresina até dezembro com equipes do governo do Estado para repassar todas as informações necessárias sobre os índices de desenvolvimento social do Piauí, bem como capacitar, treinar e produzir quadros de trabalho que possam levar o Piauí a um maior desenvolvimento. 

Paes de Barros disse que o IDH do Piauí que era de 0,400 (muito baixo) passou a 0,500 (baixo) e hoje é de 0,641 (médio). A meta é chegar a 2022 com IDH de 0,800 (alto), considerado um índice de nação com riqueza. 

Ele utilizou a Meta do Milênio estabelecida por orgnismos internacionais para compilar os dados,  e comparou o estado com com a China quanto à inclusão produtiva. "A taxa de crescimento dos mais pobres foi mais alto do que na China, enquanto a taxa de crescimento dos mais ricos foi menor no Piauí, isso traz um equilíbrio", disse Ricardo.

No próximo mês será apresentado o estudo do doutor Marcio Pochmann da Universidade de Campinas (Unicamp-SP), ex-diretor do IPEA, que vai apresentar o relatório sobre desenvolvimento econômico. 

O presidente da Cepro, Antonio José Medeiros, explica que o objetivo é aperfeiçoar a gestão e que para isso o governo contratou especialistas na área do desenvolvimento social e econômico que estão elaborando um estudo sobre as perspectivas para o Estado com base na análise de aspectos de anos anteriores.

Antonio José Medeiros explica que cada um deles trabalha com equipe de alto nível para produzir informações que venham a beneficiar o Piauí e que o objetivo é todo mês haver uma reunião técnica para apresentar a tecnologia formata pela equipe à Cepro para que o órgão possa dar continuidade quanto à atualização de dados ao trabalho.

Desafio é aumentar IDH

Ele destaca ainda que um dos principais desafios para o desenvolvimento social do Piauí é aumentar o índice de desenvolvimento humano de alguns municípios com IDH muito baixo, a exemplo de São Miguel da Baixa Grande, Caxingó e Caraúbas. 

“Não é aumentar um índice por um índice, a gente tem o grande objetivo de melhorar o desenvolvimento humano que o governador Wellington Dias já vem desde o seu primeiro mandato trabalhando para isso. Temos a ideia de que não é necessário só o crescimento econômico, que precisa ter distribuição de renda e hoje com sustentabilidade, porque ninguém pode ignorar essa dimensão cada vez mais urgente e vamos fazer isso acompanhando ano a ano para ver quais municípios são mais vulneráveis”, afirmou Antonio José. 

Outro desafio tratado pelo presidente da Cepro é o aumento da renda. De acordo com ele, não é possível o Piauí manter sua receita baseado apenas em sua transferência de recursos do governo federal e aumentar a produtividade com investimentos em agricultura e agroindústria. Além disso, ele disse que os índices de educação e saúde também precisam melhorar no Estado tudo isso mais desenvolvimento social. 

Alerta

Na apresentação dos dados, o pesquisador Ricardo Paes de Baros fez um alerta: nos últimos três anos, houve uma queda no nível da inclusão produtiva do estado. Ele disse que o Piauí não conseguiu ainda garantir que essa inclusão produtiva abrangesse a população que está entre os 10% mais pobres do estado, correspondendo a cerca de 300 mil habitantes. Segundo ele, desse total de 300 mil, os 9% mais pobres vivem com subsídio de programas federais. 

 

De acordo com Ricardo Paes de Barros, quando esses dados levantados são usados para comparar a inclusão produtiva do Piauí com alguns países do globo, no período, o estado supera até a China. No Brasil, o estado foi o que deu o maior salto de desenvolvimento, sendo o primeiro nesse tema. “Se algum pesquisador quiser conhecer inclusão produtiva tem que vir ao Piauí”, ressaltou Paes de Barros.

No entanto, o professor afirmou que se o estado quiser alcançar a meta de um IDH 0,800 em 2022 terá que superar o trabalho já feito. Atualmente, o Piauí tem um índice de 0,646 (dados IBGE 2010). Paes de Barros também estabeleceu um público prioritário para as ações: os 10% mais pobres, que foi o público menos beneficiado com a inclusão produtiva dos últimos anos.

O governador Wellington Dias ressaltou a importância da reunião “um estudo desse aqui tivemos a compreensão do que cada um faz na sua área tem haver com um projeto maior, nosso objetivo é garantir que o estado do Piauí alcance a condição de um estado desenvolvido no Brasil na mais plena forma de medição e avaliação no Índice de Desenvolvimento Humano. Sabendo quais as áreas a gente precisa investir mais para fazer a média da escolaridade crescer, para fazer com que as pessoas tenham uma profissão, isso a área da educação e outras áreas vão trabalhar consciente dos objetivos de que cada uma vai fazer para crescer”, informa o chefe do executivo estadual.

Além disso, o governador comentou ainda sobre os principais desafios do estado. “Para expectativa de vida, o grande desafio é reduzir mortalidade infantil, reduzir também os acidentes de trânsito com vítima fatal ou com sequelados, garantir as condições para que a gente tenha menos homicídios e, nesse caso, uma política de prevenção a droga é algo essencial”, destacou.

Segundo Wellington Dias, existem outros desafios no Piauí: “nós vamos ter que cuidar na educação de Jovens e Adultos, essa fatia que no passado foi prejudicada por falta de alternativas em educação, cuidar também para ter o que eu chamo de ciclo completo da educação em cada município e é claro  a infraestrutura necessária para o desenvolvimento e nesse aspecto queremos um desenvolvimento espalhado, a ideia é trabalhar para que o pequeno tenha todo o apoio do estado de forma especial”.

O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo).

O relatório anual de IDH é elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da ONU. A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional. O índice também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc. No Brasil, a medição é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IDH leva em consideração a variação é considerado muito baixo (0 – 0,499), baixo (0,500 – 0,599), médio (0, 600 – 0,699), alto (0, 700 – 0,799) e muito alto (0,800 – 1). 

 

Flash de Lyza Freitas
Redação Caroline Oliveira e Maria Romero
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