O economista Ricardo Paes de Barros – que apresentou ontem (3) dados em Teresina para melhorar as ações de inclusão produtiva no governo Wellington Dias (PT) – foi escalado pelo vice-presidente Michel Temer para preparar ações de combate a pobreza e desigualdade sociais em eventual governo do PMDB.
O governo do Estado contratou a consultoria de Paes de Barros – que integrou o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) - para realizar um estudo sobre o impacto das ações sociais no Estado. Ele é coordenador do Núcleo Ciência pela Educação no Insper e economista-chefe do Instituto Ayrton Senna.
As descobertas de Barros são animadoras. Em reunião com o governador e todo o secretariado, o economista garantiu que o Piauí é um dos estados da federação que mais reduziu as desigualdades sociais.
Segundo o economista, o Piauí tem hoje a maior taxa de ocupação do país, que é de 64%, contudo o crescimento de remuneração pelo trabalho foi de apenas 3%, no período de 2003 a 2011, um dos mais baixos do país, com média de R$ 627.
O grande alerta feito por Paes de Barros é que nos três últimos anos, de 2013 a 2013, houve uma grande redução da inclusão produtiva, com perda de empregos.
Com os dados em mãos, o governo do Estado definirá ações mais efetivas para o combate a pobreza nos próximos 10 anos.
Paes de Barros, conhecido como PB, trabalhou na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo federal entre 2011 e 2015. Da sua chegada na secretaria até março de 2013, o economista foi subordinado a Moreira Franco, um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer.
Segundo apontou o jornal O Globo, a expectativa dos peemedebistas é que o programa social de Temer convença políticos e eleitores de que ele não fará um governo nem de esquerda, nem de direita. A ideia é também reduzir as resistências de movimentos sociais a seu nome.
A imprensa nacional destaca que entre as principais propostas que devem ser incluídas por Paes de Barros está o aumento do valor do benefício mensal do Bolsa-Família, a retomada do Fundo de Financiamento estudantil (Fies) e dos investimentos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino técnico e Emprego (Pronatec), além do reforço no programa Minha Casa Minha Vida, que pode voltar às metas originais antes do ajuste fiscal.
Confira os nomes cotados para um eventual governo Temer
Fazenda
Henrique Meirelles
Ex-presidente do Banco Central (governo Lula)
Casa Civil
Eliseu Padilha
Ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil. Também é cotado na Secretaria de Governo
Área Social
Ricardo Paes de Barros
Economista, coordenador do Núcleo Ciência pela Educação no Insper e economista-chefe do Instituto Ayrton Senna
Saúde
Ricardo Barros
Deputado federal (PP-PR)
Previdência
Roberto Brant -Ex-ministro da Previdência (governo FHC)
Planejamento
Romero Jucá
Senador (PMDB-RR) e ex-ministro da Previdência (governo Lula)
Murilo Portugal
Presidente da Febraban (federação dos bancos)
AGU
Alexandre de Moraes
Secretário da Segurança de SP
Esporte e Turismo
Henrique Eduardo Alves
Ex-ministro do Turismo (governo Dilma)
Integração Nacional
Cacá Leão
Deputado federal (PP-BA)
Defesa
Nelson Jobim
Ex-ministro do STF
Infraestrutura
Moreira Franco
Ex-governador do Rio (PMDB) e ex-ministro da Secretaria da Aviação Civil
Educação e Cultura
José Serra
Senador (PSDB-SP) e ex-ministro da Saúde
Cidades
Gilberto Kassab
Ex-prefeito de São Paulo (pelo PSD) e ex-ministro da Dilma na mesma pasta
Secretaria de Governo
Geddel Vieira Lima
Ex-ministro da Integração Nacional (governo Lula), é filiado ao PMDB da Bahia
Flash Yala Sena
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