Cidadeverde.com

Polícia investiga se piauiense foi vítima de gangue homofóbica em Pernambuco

Imprimir

O piauiense Anderson Veloso, de 21 anos, estudante de psicologia, pode ter sido vítima de uma gangue criminosa que tem como alvo os homossexuais. É o que apura a polícia civil de Pernambuco, depois que ele foi sequestrado, espancado e estuprado no último dia 30, em uma ação homofóbica na cidade de Petrolina. Na semana anterior, outro jovem com a mesma orientação sexual foi agredido em circunstâncias semelhantes na cidade. Inspetores estão em busca de mais informações e apuram se os crimes estão relacionados.

Segundo o delegado da 26ª Seccional de Polícia de Pernambuco, Marceoni Ferreira, diz que a proximidade entre as datas dos ataques aumenta a suspeitas sobre a conexão entre os casos, todos ocorridos em regiões vizinhas da Universidade Federal do Vale do São Francisco. 

"Os crimes aconteceram com cerca de uma semana de diferença e, com exceção do estupro [somente Anderson relatou a violência sexual], os casos são parecidos", diz o delegado, que destaca a importância de vítimas continuarem colaborando com a polícia após darem queixa. 

"Entendemos que o trauma torna a situação difícil e, em casos de abuso e violência, muitas vezes as pessoas se sentem envergonhadas ou incomodadas demais para tocar no assunto, mas precisamos da ajuda delas com detalhes para que possamos coletar mais indícios e chegar aos suspeitos", completa.

Segundo o delegado, detalhes sobre os crimes podem ajudar na obtenção de informações como rotas de fuga e abordagem, por exemplo, que são fundamentais para as investigações e podem ajudar a impedir que mais pessoas sejam alvo da fúria da possível gangue.

"Se for um mesmo grupo, por exemplo, será mais fácil chegarmos a ele antes que aconteçam novas ações. A equipe está em diligência para identificar suspeitos", afirma.

Em entrevista ao site Extra, o estudante se disse preocupado com as intenções do grupo de cometer mais atentados como o que viveu. Frases como “esse é só o começo” apavoram Anderson, que garante que, mesmo com medo, não vai se calar. Ela conta que fez questão de mostrar o rosto para protestar contra a violência.

"Estou muito assustado, sim, e não tenho como dizer que não estou com medo. Mesmo assim, não posso me calar. É isso o que pessoas preconceituosas fazem: tentam silenciar a nossa voz usando a violência. Acho que me deixaram vivo como um aviso do que vão continuar fazendo, mas não posso me esconder nesse momento", diz o jovem, que registrou queixa na 214ª Circunscrição da Delegacia de Polícia de Petrolina.

 

Da Redação com informações do Extra
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais