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Servidores da CGU no Piauí se reúnem para decidir se mantêm paralisação

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Divulgação

Em setembro de 2015, servidores fizeram manifestação em Brasília contra a ameaça de extinção da CGU. Mobilização recomeça com mudanças provocadas no governo Temer.

Servidores da Controladoria-Geral da União no Piauí se reunirão na manhã desta segunda-feira (16) para discutir as mudanças que afetam o órgão no governo Michel Temer. A categoria já paralisou na sexta-feira, quando foi publicada Medida Provisória que extingue a CGU e leva sua estrutura para o novo Ministério da Transparência, da Fiscalização e do Controle.

O dia será de assembleias em todo o país. O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) convocou assembleias em todo o Brasil. Mas em estados como o Piauí a posição contrária a mudança já está praticamente firmada.

De acordo com o delegado sindical do Piauí, Eurípedes Andrade, os servidores se reuniram na sexta-feira passada e deliberaram que são contra a mudança. Nesta segunda, a categoria vai reavaliar a posição, uma vez que há expectativa de que a diretoria nacional do sindicato consiga ser recebida pelo ministro da pasta, Fabiano Augusto Martins Silveira.

"Vamos fazer uma nova assembleia aguardando se o ministro sinaliza com alguma ação concreta. O sindicato nacional está trabalhando nesse sentido", disse Eurípedes Andrade ao Cidadeverde.com. No Piauí, a CGU conta com mais de 30 servidores. 

Entre os problemas da mudança para o ministério está a marca criada ao longo de mais de uma década. "A CGU é identificada pela sociedade há quase 14 anos pelos serviços prestados no combate à corrupção. A marca CGU virou sinônimo de combate à corrupção. Você extinguir uma marca como essa não tem justificativa", avaliou Andrade. Segundo o delegado, a sigla é reconhecida inclusive entre as pessoas mais humildes, que confiam no trabalho da instituição, e até internacionalmente. 

A CGU tinha entre os seus principais trabalhos a fiscalização da aplicação de recursos federais nos municípios e a punição de servidores públicos por atos de corrupção.

Especialistas que criticam a mudança também apontam que a transformação em ministério colocaria a CGU no mesmo patamar de muitos órgãos por ela fiscalizados - antes a Controladoria-Geral era vinculada à Presidência da República e o status superior dava mais força para que ministros fossem cobrados. Várias instituições têm manifestado apoio para que a medida provisória seja revogada. 

O delegado sindical no Piauí ressalta que a CGU já sofria com outros problemas, que vão desde o sucateamento do órgão ao risco de extinção em 2015, na reforma ministerial do governo Dilma Rousseff. Na época, a mobilização da categoria evitou que a Controladoria-Geral perdesse o seu status - o que acabou por ocorrer agora. "O nosso órgão incomoda muito, a gente sabe disso", concluiu o sindicalista. 

Fábio Lima
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