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CRM flagra baratas e falta de leitos para bebês na maternidade dona Evangelina Rosa

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Falta de higiene, ausência de leitos para bebês e de escala para médicos plantonistas foram algumas das irregularidades constatadas em fiscalizações realizadas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) na maternidade dona Evangelina Rosa, a maior instituição que atende bebês e grávidas no Estado. 

No balanço há relatos de funcionários quanto à presença de ratos, baratas e moscas em setores importantes. Em uma das fotos enviadas pelo CRM mostra claramente uma barata próxima ao centro cirúrgico.

Segundo o CRM, as falhas graves constatadas nas vistorias contribuem para as mortes já registradas de recém-nascidos. 

“Algumas denúncias também foram enviadas ao Conselho e este deverá entrar com medidas mais enérgicas, junto a outros órgãos, para que o Governo do Estado do Piauí cumpra as recomendações apresentadas no relatório”, afirmou o presidente do CRM, Emmanuel Fontes. 

No relatório, o CRM diz que foram encontradas salas inapropriadas para receberem os recém-nascidos com indicação de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Há também falta de escala completa de médicos plantonistas em alguns setores onde bebês estão internados em estado grave. Outra falha verificada é que os bebês ao nascerem no centro cirúrgico com algum problema de saúde mais grave, não tendo vaga na UTIN, para onde deveriam ser removidos, ficam ocupando espaço em salas conjugadas ao centro cirúrgico, bloqueando estas para novas intervenções.
“Há relatos de funcionários quanto à presença de ratos, baratas e moscas em setores do hospital, até mesmo próximo ao centro cirúrgico, o que representa riscos de infecções graves para mães e bebês”, diz o relatório.

No documento, a fiscalização revelou que a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) - Tipo II - deve contar com um pediatra plantonista para cada 10 leitos. 

De acordo com as informações colhidas na maternidade, a escala apresenta vários dias incompleta, ficando apenas um médico plantonista para os 20 leitos existentes. 

Outra falha constatada é que a UTIN não cumpre com o controle de climatização (conforme a Portaria 930 MS), podendo levar a hemorragia cerebral dos bebês. 

“A UTIN não conta com hemogasômetro 24 horas e não conta com monitores adequados, os ressuscitadores manuais tipo balão auto inflável com máscara e reservatório não dispõem da quantidade adequada para cada leito, o que leva a propagação de infecção de um paciente para outro e há falta frequente de equipamentos para cateterização venosa central de inserção periférica”. 

Segundo, o CRM o serviço de fisioterapia somente funciona até às 22 h, mas deveria contar com um fisioterapeuta para cada 10 pacientes por turno.
 A maternidade conta com quatro salas cirúrgicas e cada uma com um berço. Todos os berços estavam em más condições de higiene, segundo a vistoria.

“No momento da fiscalização nenhum berço estava ocupado, por não haver nenhum parto, e, mesmo assim, todos os berços estavam desorganizados, com os equipamentos jogados sobre bancadas e com acúmulo de sujeira; as salas não contam com controle de temperatura ambiente, que deveria manter-se em 26 graus Celsius. Médicos plantonistas relatam que os Respiradores Manuais tipo Ambu, os sensores dos termômetros e os sensores dos oxímetros não são limpos. O CRM-PI constatou que cada sala conta com um ventilador mecânico, porém todos estavam com os conectores incompletos e parte deles são utilizados nas outras salas, sem limpeza ou esterilização”.

O presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, informou que uma das medidas que o CRM irá cobrar é que o governo do Estado cumpra um Termo de Ajuste e Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual no ano de 2012.

“Se naquele ano o juiz tivesse julgado esse TAC muitos problemas teriam sido evitados. Foi um termo que resultou em medidas a serem tomadas após um trabalho de onze meses, as quais contemplavam recursos humanos, equipamentos, insumos e adequações da estrutura física da maternidade, resultado de um grupo de trabalho técnico constituído nos autos de um Inquérito Civil, com a participação da Sesapi, de representantes da maternidade, da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e apoiadores do Ministério da Saúde e DIVISA”, informou Emmanuel Fontes. 

 

Flash Yala Sena (Com informação do CRM)
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