O defensor público Juliano de Oliveira Leonel confirmou que um dos detentos da Casa de Custódia foi ferido no olho com uma bala de bocharra durante rebelião nesta segunda-feira (16). Ao todo, o motim durou cerca de 8 horas e resultou em cinco feridos. Um dia após a manifestação dos detentos, o clima ainda é de tensão. O local abriga quase mil presos, sendo que a capacidade é para 330. 

"Ele teve o olho ferido e o vi já com um tampão, tendo em vista que a enfermeira da Casa de Custódia prestou os primeiros socorros e ele foi transferido para o HUT. Hoje eu ainda não tive informações atualizadas sobre o estado de saúde dele. Se ele perdeu ou não olho. Eu, enquanto leigo, quando o vi, temi por isso, mas não posso afirmar que ele perdeu ou não a visão", disse o defensor. 

Juliano de Oliveira explica ainda que aguarda acalmar o clima de tensão no presídio para conversar com os presos e ouvir as reivindicações. O motim teria começado, possivelmente, em consequência da transferência de detentos considerados líderes dentro do presídio e também como represália à administração da Casa de Custódia, que teria vetado as visitas aos familiares por conta de uma tentativa de assassinato ocorrida no Pavilhão H no último domingo (15). 

"Agora vamos negociar com a direção do presídio e presos... analisar as reivindicações e verificar o que é possível fazer para melhorar a situação deles. Ainda não tivemos acesso aos detentos, aos líderes dos pavilhões, para saber o que porquê do motim. Quando a situação estiver totalmente controlada, vamos ter acesso a eles para ouví-los e saber a real motivação. Lá ainda existe um certo clima de tensão que por hora está contido, mas ainda existe clima de insatisfação", reitera Juliano de Oliveira. 

 

Graciane Sousa
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