Cidadeverde.com

Em entrevista, suspeito de estupro em Castelo fala sobre crime e acusa policial

Imprimir

Detido na penitenciária de segurança máxima na cidade de Altos, o suspeito do crime de estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí, Adão José da Silva Sousa, 42 anos, concedeu entrevista ao Jornal do Piauí nesta quinta-feira (26) e reafirmou que não cometeu o crime. Ele reafirma a tese de que não estava na cidade no dia. Adão também acusou o policial militar Elias Júnior de ter “encomendado” o crime aos outros três menores envolvidos, condenados pelo estupro.

O estupro de quatro mulheres adolescentes aconteceu no dia 27 de maio de 2015 em Castelo do Piauí e levou à morte uma das adolescentes. Adão é acusado pela polícia e pelo Ministério Público de ser o mentor do crime que culminou na morte de uma das quatro mulheres vítimas. Atualmente, ele cumpre pena e está recluso em área de isolamento da Casa de Detenção Provisória de Altos por roubo e lesão por tiro à filha de um vereador em Castelo do Piauí, dias antes do estupro. Também responde por porte ilegal de armas e a dois processos por tráfico de drogas, mas ainda não foi julgado pelos estupros.

“As 22h eu fiz um assalto na frente da casa da vítima, que é a filha do vereador. Inclusive, esses meninos trabalhavam para esse vereador. Fiz esse assalto e dei um tiro na vítima. Os moleques (menores acusados) vinham comprar droga na minha mão e falaram para mim: ‘olha, a polícia está atrás de ti. Vem polícia de Campo Maior, de Teresina, porque tu roubou a filha do vereador’. Foi aí que eu fique sabendo que ela era filha do vereador. [...] 

Aí eu fiquei em Castelo até 18h no sábado, 18h eu vim pela linha do trem até Campo Maior. Só que passei em São Mateus, no domingo eu estava em São Mateus e tenho prova. Segunda-feira de manhã eu estava em Santo Antônio. Cheguei em Campo Maior por volta de 14h para 4h30 e fui direto para uma boate e fiquei terça, quarta, que foi o dia que aconteceu o caso das meninas, e eu estava na casa do Robert, muito louco de maconha e cachaça”, afirmou o acusado.

Adão afirmou que os outros três envolvidos no crime trabalhavam para o vereador, o qual ele havia atirado na filha e que o policial Elias Júnior pagou o valor de R$ 2 mil reais para os meninos cometerem o crime e o acusarem de estar envolvido.

“Tiraram essa história de mim foi por causa do Elias Júnior, que está sendo culpado e quis jogar para cima de mim. Aquele menor que morreu, recebeu dinheiro para colocar meu nome, recebeu R$ 2 mil para falar que era eu que estava lá”. [...] Não conheço ele, não sei quem é ele não sei porque ele mandou me colocar nesse crime, porque ele que é o verdadeiro culpado. Ele que mandou fazer esse crime com as meninas. Ele falou para os moleques que eram para eles fazerem uma coisa que nunca tinha acontecido em Castelo para ele voltar para o cargo dele em Castelo de novo”. 

A TV Cidade Verde tentou falar com o policial sobre as acusações de Adão, mas não conseguiu. Contudo, a TV informou que, por parte da polícia, já ouve apuração e investigação quanto as suspeitas apontadas por Adão, mas que nada foi encontrado contra ele.

O acusado afirmou que conversou que estava presa, que passou essas informações, mas não quis informar quem é a suposta pessoa.
Quando informando de que uma das vítimas do estupro o teria reconhecido, ele disse que ‘se ela falou, ela está mentindo. Não conheço ela, não conheço nenhuma delas, não sei nem quem é ela, ou estão sendo pagas para falar”.

O suspeito disse desconhecer o calção sujo de sangue encontrado pela polícia. Exames feitos na peça apontam que o sangue é de um dos infratores envolvidos. “O calção não era meu. Eu não estava nem com aquele calção, não sei nem como apareceu aquele calção. Não estava vestido naquele calção [...] E outra coisa, quando eu fugi de castelo eu estava de calça cumprida”, disse Adão.

Sobre os estrupros ele disse: “Um absurdo, podia ser uma Lei cadeira elétrica, porque não tem cabimento  nenhum estuprar uma mulher, estuprar umas crianças e ainda mais do jeito que fizeram, colocaram pedras na vagina. Tenho duas filhas maravilhosas. Se acontecesse isso com minhas filhas, eu ia provar os fatos reais e ia punir os verdadeiros culpados".

Adão embasa sua defesa buscando sua absolvição com base nos exames de DNA, pois em nenhum deles foi encontrado material genético do acusado nas vítimas. “É uma prova de que eu não estava lá, e que eu nunca estive e não sei porque estão falando uma coisa dessa de mim, que eu sou o líder. Que líder é esse? Isso não é um líder, é um demônio” 

No presídio, ele agora está em processo de alfabetização e diz que conheceu a palavra de Deus e se considero uma nova pessoa

Lyza Freitas
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais