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Professor é preso em Teresina por crime de racismo nas redes sociais

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Foi preso na manhã desta sexta-feira (10) o ex-professor e estudante de História da Universidade Federal do Piauí, Fabrizio Cunha, investigado por mensagens racistas contra negros e índios nas redes sociais. Sua prisão foi pedida em fevereiro deste ano, pelo delegado Emir Maia, então titular da Delegacia de Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias. O professor havia fugido para a Holanda e estava em Teresina desde o último sábado (4). Ele foi preso pelo delegado João Paulo de Lima, agora à frente da especializada. 

De acordo com o delegado Emir Maia, o ex-professor - que chegou a ministrar aulas de História no colégio Dom Barreto - foi preso em sua casa, no bairro Planalto Ininga, zona Leste de Teresina, por volta das 9h de hoje. O delegado João Paulo deu cumprimento ao mandado de prisão preventiva. 

"Ele pregava mensagens de ódio e de preconceito, incitando extermínio dos negros, prática essa odiosa e que não só a sociedade como a polícia civil não tolera e estará sempre atenta. O indiciado achava que fugindo para a Holanda iria ficar imune de seus delitos cometidos no Brasil. Nós continuamos monitorando seus passos e quando ele entrou sábado no Brasil eu, pessoalmente, comuniquei ao meu chefe superior para que ele determinasse a prisão desse rapaz", relatou.  

Após a prisão, o jovem foi levado à delegacia geral, onde prestará depoimento. O delegado geral, Riedel Batista, destacou que a prisão serve como exemplo para casos de crimes nas redes sociais, em que muitas vezes os autores acreditam que ficarão impunes. 

"E internet não é mais um território sem lei. As pessoas acham que não estão comentendo crimes, que não serão responsabilizados por seus atos, mas há os crimes de racismo, injúria e difamação, que são bastante comuns. Hoje Dercat, que funciona no Greco, que com alta tecnologia consegue indentificar e punir esses criminosos", declarou. 

Racismo

As mensagens de Fabrizio foram publicadas e começaram a ser denunciadas no início de fevereiro deste ano. Ao todo, pelo menos 120 vítimas procuraram a polícia para denunciar suas publicações. Nas postagens, ele afirmava que negros pertencem a uma "raça inferior". Além disso, dizia que índios são "animais que vivem na natureza como os irracionais". 

"Esse psicopata prega o extermínio dos negros no Brasil e de todo o continente americano. Ele é um psicopata que merece estar encarcerado,  e por isso hoje a policia civil e a socidade, que nos ajudou, fizeram a captura dele. Ele agora está no IML, fazendo exame de corpo de delito", comentou o delegado Emir Maia. 

A legislação brasileira separa racismo de injúria racial. Enquanto a injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível.

 

Maria Romero e Yala Sena
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