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HUT aguarda sobre doação de órgãos de idealizador do Salve Rainha

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Francisco das Chagas, pai de Júnior Araújo

Atualizada às 10h

Familiares de Júnior Araújo informaram que o pai dele já concordou com a doação de órgãos. No entanto, o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque até o momento não recebeu uma autorização oficial. 

Ainda não há uma definição do horário do velório e do enterro por causa dos procedimentos da doação. Mas, já foi definido o local, será no Cemitério Jardim da Ressurreição. Durante a vigília do corpo, o Coletivo Salve Rainha fará uma homenagem ao seu idealizador.

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A morte do produtor cultural Júnior Araújo foi confirmada na noite desta quarta-feira (29) pelo Hospital de Urgência de Teresina. O diretor-geral do HUT explica que o coração e outros órgãos da vítima ainda permanecerão funcionando com auxílio de aparelhos até que a família decida sobre a doação de órgãos. 

"A família tem um prazo para decidir se quer ou não doar os órgãos. Até lá, o corpo do Júnior permanecerá ligado nos aparelhos para que seja feita a captação dos órgãos, caso os familiares autorizem. Quanto mais rápido a familia decidir, mais órgãos poderão ser reaproveitados e salvar outras vidas", disse Gilberto Albuquerque, em entrevista ao Notícia da Manhã, desta quinta-feira (30).

O diretor do HUT explica que o paciente sofreu uma lesão profunda no cérebro e que permaneceu sedado durante a internação.

"Ele estava sedado para que o cérebro trabalhasse o mínimo possível e assim pudesse se recuperar. Infelizmente, isso não foi possível. Então, após o fechamento do protocolo de morte encefálica, a família foi comunicada", explica. 

O médico ressalta que a confirmação de morte encefálica segue um protocolo dado por dois médicos clínicos intensivistas, além de exames neurológicos e um de imagem. "Esse último exame ocorreu por volta de meia-noite. A partir do momento que se detecta morte encefálica, quer dizer que o paciente não tem mais como voltar a vida, mas o equipamentos mantêm o coração e outros órgãos funcionando", reitera. 

Júnior Araújo é a segunda vítima do acidente que ocorreu na noite do último domingo (26). Seu irmão Bruno não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local da colisão. Terceiro ocupante do Fusca, que foi atingido por um Corolla, Jader Damasceno continua internado em um hospital particular de Teresina. 

Produtor cultural, Júnior Araújo foi um dos idealizadores do projeto Salve Rainha, movimento que envolve múltiplas esferas da arte, passando pela moda, literatura, artes plásticas e do corpo, música, antiguidades e chegando à gastronomia, com instalações artísticas ousadas e shows gratuitos.Também trabalhou como fotógrafo em veículos de comunicação Teresina.

No final da noite de domingo, quando ocorreu o acidente, o produtor cultural deixava o quiosque no Parque da Cidadania, inaugurado na semana passada. O espaço continua a ser ocupado pelo coletivo cultural "Salve Rainha". 

Como Júnior Araújo estava internado desde o acidente e sem apresentar reflexos e atividades cerebrais, a equipe médica do Hospital de Urgência de Teresina iniciou um procedimento para a confirmação de morte cerebral do produtor cultural.

Júnior sofreu diversas fraturas nos dois braços, luxação do tornozelo direito, além de traumatismo craniano com hemorragia cerebral e lesão axonal difusa. Seu quadro apontava também fraturas múltiplas de face, chegou com midríase fixa bilateral, quando a pupila não reage mais a estímulos. De acordo com o Boletim Médico divulgado no fim da tarde desta quarta-feira, Júnior permaneceu com ausência de reflexos de tronco encefálico e, com isso, foi aberto um protocolo de morte encefálica. “O protocolo, conforme a resolução n° 1.400, de 08 de agosto de 1997, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que é composto por duas avaliações clínicas neurológicas e um exame de imagem confirmatório, foi iniciado no final da manhã de ontem 29”, informou a nota.

Acidente

Júnior Araújo, seu irmão Bruno Queiroz e o amigo Jader Damasceno vinham do Parque da Cidadania no último domingo em um veículo fusca quando sofreram uma colisão lateral de um veículo Corolla que vinha supostamente em alta velocidade pela Avenida Miguel Rosa. O motorista, com sinais de embriaguez, teria supostamente invadido o sinal vermelho, segundo testemunha. Bruno morreu na hora e os outros dois foram conduzidos com ferimentos graves para o HUT. O fato foi registrado pelas câmeras de segurança de um estabelecimento comercial

 

 

Graciane Sousa
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