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Marcelo Castro é cogitado para disputar presidência da Câmara

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A renúncia do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) causou alvoroço entre parlamentares que já se articulam para eleger o novo presidente da Câmara Federal na próxima semana. Em entrevista ao Notícia da Manhã, o deputado federal Assis Carvalho (PT-PI) aposta no piauiense Marcelo Castro (PMDB-PI) como um candidato com chances de vencer a disputa. 

"Tudo está bastante 'costurado'. Estou muito animado, envolvido nessa articulação com o Marcelo, conversei muito com ele ontem (07) e acredito que teremos um piauiense na presidência e contra o golpe. Somos cerca de 120 a 130 parlamentares que se organizam para lançar candidatura própria de Marcelo Castro, forçando um 2º turno. Ele já se colocou à disposição, acredita que vai conseguir uma parcela do PMDB, conseguindo 35 a 40 votos, o que forçaria um 2º turno", diz Carvalho. Leia também: Castro teme que o PMDB perdendo a presidência, fique totalmente fora da mesa diretora.

O parlamentar disse que os deputados federais se dividem em três grupos: contra o golpe, golpistas pró e contra Cunha. Além de Marcelo Castro, o piauiense Heráclito Fortes (PSB-PI)  também colocou o nome como sucessor de Cunha. 

"Os golpistas pró-Cunha já fecharam o nome de Rogério Rosso (PSD-DF); Já os golpistas que não estão no 'centrão' (PPS, PSDB e DEM) unificaram o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ). No entanto, o nome de Rodrigo Maia não unifica com o PSB que fechou com o Júlio Delgado (PSB-MG) que, embora tenha se aliado ao golpe, não se afina com o Cunha. O nome de Heráclito não tem sustentação na Casa. O piauiense é do PSB, mas é aliado ao Cunha que já escolheu o Rosso. Então, o Heráclito não transita nem com o PSB, que é o Júlio Delgado, e nem com o Cunha...ele não agrega", disse Carvalho.

Os deputados interessados em disputar a presidência da Câmara poderão registrar suas candidaturas junto à Secretaria-Geral da Mesa ao meio-dia da próxima quinta-feira (14). A eleição será secreta e ocorrerá por meio do sistema eletrônico. Para que haja quórum para o pleito, a maioria dos deputados deve estar presente à sessão (257 dos 513 parlamentares). O novo presidente será eleito em primeiro turno caso obtenha a maioria absoluta dos votos, ou seja, se estiverem presentes 257 deputados, são necessários os votos de pelo menos 129 parlamentares.

Se nenhum candidato alcançar esse número, haverá um segundo turno entre os dois mais votados. Neste caso, bastará maioria simples dos votos para eleger o novo presidente da Câmara.

O piauiense reforça que a estratégia é forçar um 2º turno com Júlio Delgado (PSB-MG), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Marcelo Castro (PMDB-PI), com apoio de partidos como PC do B, PDT, PT e uma parcela significativa do PMDB. "Há a possibilidade de termos quatro nomes, para forçar um 2º turno, firmando um acordo para derrota Cunha no plenário na próxima quinta-feira (14)", disse. Além dos três nomes citados há Rogério Rosso (PSD-DF), candidato de Cunha. 

Assis Carvalho acredita que a saída de Cunha da presidência muda o cenário na Câmara Federal e que os deputados pró-golpe perdem força. 

"As forças que Eduardo têm na Casa estão diminuindo, por isso, a pressa. Se a pauta fosse colocada para agosto, ele não sustentaria a possibilidade de eleger um presidente para lhe dar sustentação", reitera.

Assis Carvalho diz que a renúncia do presidente da Câmara foi programada e comparou a saída de Cunha a uma peça de teatro.

"Isso já era esperado e foi programado na semana anterior. Todo o teatro, as lágrimas...tudo estada sendo trabalhado nas reuniões anteriores. Foi uma encenação para salvar o mandato do Eduardo. Isso foi articulado pelo Michel Temer e pelo grupo que dá sustentação dentro da Casa, como líder o do governo, André Moura (PSC-SE) que é praticamente uma sombra do Cunha dentro do parlamento, juntamente com o Beto Mansur (PRB-SP) e outras líderanças", acredita.

 

Graciane Sousa
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