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"União não tem condições de fazer investimentos em energia", diz Merlong

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O secretário de Governo do Piauí, Merlong Solano, comentou com descontentamento o fim de contrato de concessão do fornecimento de energia do Piauí com a Eletobras. Ele disse que o governador Wellington Dias (PT), que esteve ontem em Brasília com o ministro de Minas e Energia tentando evitar o fim da concessão, tem a preocupação de que a operacionalização do sistema, que agora fica a cargo do governo federal, traga prejuízos financeiros para o Estado. Para ele, a União nao tem condições, neste momento, de fazer investimentos na rede de distribuição.

De acordo com Merlong, a empresa deixou uma dívida que gira em torno de R$ 36 a 40 milhões, assumida quando o contrato com a Eletrobras foi assinado. “É uma dívida de tributos não pagos e o governo do Piauí tem preocupação, porque ele quer a garantia de financiamento e que o Estado não tenha prejuízos no percurso de transferência para a privatização”.

Agora, o governo federal ficou com o poder para operacionalizar o sistema no Piauí, pois o contrato de concessão venceu nessa terça-feira (26) e não foi renovado.

Para Merlong Solano, a nova administração não trará mudanças imediatas para o Estado. “No primeiro momento, desde que o governo garanta a operacionalização do sistema de fato, não vai haver nenhuma mudança significativa na administração. Porque quem opera é uma empresa federal autorizada pelo governo, que terá da administração federal o apoio para operacionalizar o sistema. Obviamente, desde que a União cumpra o que prometeu para Wellington. Depois disso, a privatização terá que dar as condições necessárias para garantir o funcionamento do sistema”, destacou Solano.

Ele argumentou que o governo federal deve cuidar da saúde financeira do sistema de fornecimento de energia, uma vez que optou pela não renovação do contrato. Também declarou que não acredita que o governo federal terá condições de investir no processo de expansão de energia elétrica, realizando investimentos na rede,  e nem de fazer frente as dívidas deixadas pela Cepisa e Eletrobras.  

“A outra preocupação é quanto à saúde financeira, porque quando o governo optou por não renovar, ele optou pela saneamento da Eletrobras, que vai ficar sob a sua dependência. Eu não sei se a Eletrobras terá investimentos para manter o sistema e a expansão da rede ficará dependendo de outras decisões que devem ser tomadas com o tempo pela administração federal”, afirmou o secretário.

Antes de finalizar, ele disse que espera que a solução venha de forma duradoura e que o governador Wellington ficará monitorando e cobrando, em relação à operacionalização do sistema, para garantir que "as pendências da Eletrobras não recaiam sobre o Piauí". 

A empresa passa a ser um patrimônio da União, que também terá responsabilidade quanto aos servidores e outros encargos, por  meio de contrato que coloca a Eletrobrás nacional como administradora. No entanto, a ideia inicial do governo federal é administrar a empresa até 2017 e depois colocá-la para leilão, como já havia anunciado o ministro Fernando Bezerra. 


Lyza Freitas
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