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Morre o cirurgião Ivo Pitanguy, aos 90 anos

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O cirurgião Ivo Pitanguy morreu na tarde deste sábado, aos 90 anos, como divulgou com exclusividade o blog do Ancelmo. O seu corpo será velado amanhã, a partir das 13h, no Memorial do Carmo. Às 18h, será a cerimônia de cremação. Segundo a assessoria de imprensa do médico, ele sofreu uma parada cardíaca em casa. No último dia 5 de agosto, o cirurgião participou do revezamento da tocha olímpica em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Com mais de 900 livros publicados aqui e no exterior, o professor era membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Nacional de Medicina. O médico foi o responsável pela criação do serviço de queimados da Santa Casa de Misericórdia, no Rio. Ele também criou o serviço de cirurgia plástica reparadora daquela instituição. O mestre deixa quatro filhos e cinco netos.

"Muito triste! Brilhante mineiro", lamentou a jornalista Leda Nagle no Twitter.

"O professor Ivo Pitanguy é uma das pessoas mais maravilhosas da história da medicina brasileira, senão a mais. Primeiro pela pessoa, como humanista. Soma-se a isso a sua lealdade aos princípios éticos da medicina. Um exemplo de médico, colega e professor", lamentou Dr. José Galvão Alves, diretor de ensino e pesquisa da Santa Casa de Misericórdia do Rio e vice-presidente da Academia Nacional de Medicina.

"Foi um homem completo, dotado de uma sensibilidade social enorme e um inovador. Seguramente, sua capacidade respeitosa de lidar com as pessoas e os pacientes o colocaram numa galeria de notáveis da medicina brasileira. Um ícone, um homem à frente de seu tempo", Evandro Tinoco, diretor clínico do Hospital ProCardíaco e professor da Universidade Federal Fluminense. 

HISTÓRIA

No final da década de 40, a cirurgia plástica ainda não era reconhecida como uma especialidade, e os obstáculos motivaram Ivo Pitanguy a participar de um concurso do Instituteof Internacional Education. Contemplado com uma bolsa de estudos, partiu para Cincinatti, em Ohio (USA), na condição de cirurgião residente do Serviço do Professor John Longacre, no Bethesda Hospital.

Na mesma época, frequentou a Mayo Clinic, em Minessota, e o serviço de cirurgia plástica do Dr. John Marquis Converse, em Nova York. De volta ao Brasil, e com a criação do 1º Serviço de Cirurgia de Mão na América do Sul após a temporada na América, Pitanguy foi imbuído pelo desejo de pôr em prática a experiência adquirida. Apesar das dificuldades estruturais encontradas no país, atuou na 19ª enfermaria como chefe do Serviço de Cirurgia da Santa Casa – o primeiro de cirurgia de mão em toda a América do Sul –, devolvendo dignidade e esperança a muitos pacientes carentes e vítimas de deformidades.

Um ano mais tarde, convidado por Marc Iselin (um dos criadores da cirurgia de mão e referência no atendimento aos mutilados da 2ª Guerra Mundial), Pitanguy foi para seu serviço, em Paris, como assintent étranger. Também na capital francesa, frequentou os serviços de cirurgia plástica dos Professores C. Dufourmentel e R. Mouly, e do Professor Paul Tessier, em Surèsnes. Ainda na Europa, por meio de uma bolsa do British Council, Ivo Pitanguy teve a oportunidade de aprimorar e amadurecer sua formação como cirurgião plástico nos serviços de dois mestres da cirurgia plástica: Sir Harold Gillies e Sir Archibald McIndoe, na Inglaterra.

ACERVO: "A experiência que marcou mais fortemente a minha vida foi o tratamento das vítimas do incêndio do circo de Niterói", disse Pitanguy.

Fonte: G1

 

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