José Aldo perdeu a paciência. Depois de um dia tumultado, quando viu Dana White voltar atrás com sua palavra mais uma vez e permitir que Conor McGregor enfrente Eddie Alvarez sem perder o cinturão dos penas (66 kg), o brasileiro, campeão interino dos penas (66 kg), pediu as contas.

Em entrevista ao programa ‘Revista Combate’, Aldo afirmou que não tem mais vontade de competir e que, após tantos anos de dedicação ao MMA, é chegada a hora de pendurar as luvas e que a decisão, ao contrário do que possa parecer, não foi tomada com o atleta de cabeça quente.

“Vi também agora o negócio que o Dana falou. Desde que eu perdi eles prometeram uma coisa pra mim e veio o pensamento que não quero nem mais lutar MMA. Cheguei no meu limite. O Dedé me convenceu para continuar. Lutei contra o Edgar e venci. Depois disso eu fiquei esperando e falaram que a gente ia lutar. 

Falaram para o Dedé também que iríamos lutar. Não é uma coisa que estou de cabeça quente ou revoltado. Estou muito tranquilo. Desde antes de começar no esporte eu falei que aos 30 anos eu ia parar. Nunca lutei pelo dinheiro e queria deixar um legado. Fui o primeiro campeão da categoria e queria encerrar com o cinturão ainda. Não foi assim, mas acontece. Estou de saco cheio”, narrou o atleta que se manteve invicto por dez anos no esporte.

Derrotado por Conor McGregor em dezembro de 2015, Aldo voltou ao octógono para vencer Frankie Edgar em julho passado, no duelo que o colocaria em posição de duelar pelo título mais uma vez. No entanto, as mudanças de pensamentos do UFC, assim como os valores envolvidos nas vendas de pay-per-view, terminaram por colocar o irlandês pela terceira vez seguida em uma disputa que não fosse a defesa de título.

“Hoje de manhã eu estava falando com o Dedé. Se ele me oferecer qualquer coisa, não é questão dinheiro… Chegou no meu limite. Se ele gosta de mim e da minha família, peço que me libere normal. Não quero briga com ninguém. UFC e WEC nunca me deram nada. Foi tudo o meu esforço. Eu conquistei aquilo e dei muito mais a eles do que eles me deram. Se me oferecerem milhões, pode ficar. Não sou p… para me vender, eu sou homem”, reforçou.

Curiosamente, com as seguidas negativas para que Aldo e Conor se enfrentassem, o UFC acabou estacionando uma divisão inteira repleta de nomes dispostos a disputarem o posto de melhor peso-pena do mundo. Com isso em mente, o brasileiro se adiantou em questionar a motivação para interromper a carreiras de tantos atletas.

“Eu estava perto de aposentar mesmo. Queria parar e não é questão de fazer essa luta ou não. Esqueci esse momento de fazer essa luta no futuro. Eu poderia lutar com o Holloway ou Pettis pelo título, mas não aconteceu. Tudo o que tinha em mente estou colocando em prática agora. 

O que a gente tinha em mente era isso. Se não tivesse a luta com o Conor eu defenderia o cinturão com um dos dois. Agora ele vai esperar até a luta acontecer. Caso ele perca… […] Isso não é uma coisa legal e não só para mim. O cara está parando uma categoria. A mim, ao Holloway, ao Pettis. Todos da categoria. Se ele gosta de mim mesmo, só quero que ele me libere”, pediu repetidamente.

Fonte: Band