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Falcon: Briga com outro candidato pode ser motivo da morte

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A Divisão de Homicídios (DH) investiga se uma desavença com outro candidato a vereador está por trás da morte de Marcos Vieira Souza, o Marcos Falcon, de 52 anos, presidente da Portela. 

A briga, de acordo com pessoas próximas a Falcon, começou depois que o subtenente da PM acusou um colega do PP e também aspirante a vereador no Rio, Fausto Alves, de retirar e quebrar placas com suas propagandas eleitorais de Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio. Desde o início da campanha, Falcon estava morando no bairro com a mulher, a porta-bandeira Selminha Sorriso.

Falcon foi alvo de um ataque de quatro homens com fuzis em seu comitê eleitoral, em Oswaldo Cruz, também na Zona Norte. Quatro tiros acertaram seu peito e sua cabeça. De acordo com testemunhas, quatro homens encapuzados e com fuzis foram responsáveis pela execução. Eles chegaram ao local em um Gol prata. Três deles saíram do veículo. Dois entraram no comitê. Após o crime, os bandidos fugiram no mesmo carro.

Fausto é PM reformado e já foi vereador de 2009 a 2011, quando acabou preso, acusado pelo assassinato do cabo eleitoral Marcelo Siqueira Lopes, em junho de 2010. Segundo a Polícia Civil, a prova que trouxe o político para a investigação da morte do cabo eleitoral foi um celular deixado na cena do crime. Em 2013, ele recebeu pena de 21 anos de prisão.

Um ano depois, porém, a 4ª Câmara Criminal cassou a sentença e determinou a soltura de Fausto. A área de atuação do político é na Zona Norte, em bairros como Valqueire, Bento Ribeiro e Marechal Hermes — vizinhos a Madureira e Oswaldo Cruz, região que concentrava a maior parte da propaganda eleitoral de Falcon.

— Fausto não gostou ver as placas do adversário na sua área — contou uma pessoa próxima a Falcon.

O PP e Fausto Alves foram procurados pela imprensa. A assessoria de imprensa do partido em Brasília não retornou às ligações. Já o candidato não foi localizado.

— Esse nome específico (Fausto Alves) já bateu no nosso radar. É alguém que, de uma forma ou de outra, já faz parte do contexto da investigação. Mas ainda nada concreto, que justifique chamá-lo para depôr ou coisa do tipo — disse Brenno Carnevale, delegado à frente das investigações.

Falcon já respondeu por porte ilegal de arma de fogo, homicídio e formação de quadrilha, por suspeita de fazer parte de uma milícia, mas acabou absolvido dos crimes. Por causa das acusações, ele foi expulso da PM em junho de 2011. Dois anos depois, Falcon conseguiu ser reintegrado à corporação.

Ação de grupos milicianos é outra hipótese

Outra linha de investigação é a de que a influência de Falcon na região de Madureira, onde era tido como uma espécie de protetor, tenha desagradado grupos paramilitares que dominam o território em bairros próximos. A intenção da milícia, baseada sobretudo em Quintino, seria expandir atuação para locais com forte presença do subtenente.

— A gente sabe que o Falcon cuidava do bairro. Agora, está todo mundo com medo de que a milícia chegue com força por aqui — conta a moradora de uma rua próxima ao endereço do comitê onde o candidato a vereador foi executado.

Há ainda a hipótese de participação no crime da máfia de caça-níqueis que age na área.

— Nada será descartado, são várias linhas de investigação — afirma o delegado Brenno Carnevale.

Fonte: Extra

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