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Estudantes do IFPI discutem interromper ocupação para o Enem

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Estudantes do IFPI durante ocupação.

Os estudantes do Instituto Federal do Piauí (IFPI), que ocupam o campus da zona Sul da capital, discutem em assembleia nesta terça-feira (1º) sobre uma interrupção na ocupação do espaço, que ocorre em protesto à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. O objetivo da suspensão temporária do ato é permitir a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que terá de ser adiado caso a ocupação continue. Além do Ifpi Sul, estão ocupados em protesto à PEC os campi de Teresina, Picos e Bom Jesus da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

André Sousa, aluno do curso de Edificações do IFPI, informou que o grupo discute a possível desocupação somente durante o exame. Cerca de 25 a 30 pessoas permanecem no local, segundo ele. Por dia, pelo menos 100 estudantes, professores e servidores participam do movimento, que teve início no último dia 24. 

"O que ainda estamos discutindo é avaliar se, durante o exame, podemos ocupar somente um setor. No momento, estamos ocupando todo o campus". disse. 

No interior, nenhum outro campus está ocupado, segundo a assessoria de comunicação do Instituto. O Ministério da Educação (MEC) realizará coletiva de imprensa às 15h de hoje (1º), horário de Brasília, para comunicar sobre os locais de aplicação de prova em que o exame terá de ser adiado, devido às ocupações. 
 
UFPI

 A UFPI está com os campi de Bom Jesus, Picos e Teresina ocupados. Contudo, a assessoria de comunicação e os alunos que fazem parte do #OcupaUfpi informaram que as ações não irão interferir na realização do exame, assim como já havia destacado o reitor Arimatea Dantas. 

Estudante do curso de Direito, Letícia Lima, destaca que o Exame tem sido outro motivo de debate na ocupação. Segundo ela, a PEC -  prevê um limite anual de despesas para os três poderes ao longo das próximas duas décadas - pode ser extremamente prejudicial aos alunos que agora estão fazendo a prova. 


Reitor da UFPI em ocupação no campus de Teresina.

"Junto com o corte de gastos, acabará havendo uma revisão de vagas, redução de bolsas, queda nos investimentos para os restaurantes universitários. Nossa discussão é de que é importante as pessoas entrarem na universidade, assim como também permanecerem", explicou. 

Reivindicações 

As ocupações em instituições públicas estão acontecendo em todo o país, em protesto à PEC. Se a proposta for aprovada, os gastos públicos só poderão aumentar de acordo com a inflação do ano anterior. A 241 foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados na madrugada de quarta-feira (26). O texto seguiu para análise do Senado, onde deve ser votado em dezembro. 

Além da demanda em protesto ao "congelamento" dos gastos, cada comissão de ocupação está em contato com reitores e diretores de campus para discutir problemas locais de cada instituição. Tatiane Gomes, aluna do 7º período do curso de Engenharia Agronômica de Bom Jesus, diz que o diretor do campus recebeu pedidos dos estudantes e professores. 


Campus da UFPI de Bom Jesus.

"Pedimos melhorias no RU, na estrutura do campus, melhorias do corpo docente, inclusao de áreas culturais e ainda de debates de construção políticas, que hoje é quase nula, praticamente não existe no nosso campus. Tudo isso é uma demanda dos alunos e que já entregamos", disse.

Em Teresina, os estudantes, professores e servidpres entregaram à reitoria uma carta contendo todos os pontos considerados importantes, pelo movimento, para as melhorias na instituição. Confira aqui o documento na íntegra. 

 

Maria Romero
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