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Andreia Horta fala sobre transformação para viver Elis Regina nos cinemas

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No último mês de setembro, durante a 44ª. edição do Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, a atriz mineira Andreia Horta, 33 anos, suava frio nas cadeiras do auditório. Cercada por uma exigente plateia, assistia compenetrada Elis, filme da qual é protagonista e que estreia no próximo dia 24. Dirigido por Hugo Prata, o cinebiografia narra a trajetória da cantora gaúcha, uma das maiores vozes brasileiras de todos os tempos. Quando começou sua carreira, Elis veio de Porto Alegre para São Paulo ainda na década de 60, acompanhada pelo pai e pronta para tentar a sorte grande. Andreia vivia naquela noite algo semelhante. Ao seu lado estava o seu, Marcos Horta, um dos maiores incentivadores de seu sonho desde a infância. Assim que as luzes se acenderam, segurando forte sua mão, começou a escutar os gritos de bravo e notar o auditório a aplaudindo em pé. “Senti o êxito batendo ali, bem na minha cara. Foi maravilho e me emociono até de lembrar”, diz. Aqui, ela conta mais detalhes sobre o filme e sua ligação quase simbiótico com sua personagem, um ídolo desde os 19 anos.

MARIE CLAIRE Qual foi seu primeiro contato com a história de Elis?
ANDRÉIA HORTA Ela morreu em 1983, eu nasci em 1982. Mas, aos 19 anos, li sua biografia e fiquei fascinada por sua história, seu temperamento forte, a maneira surreal como cantava. Tudo aquilo me seduziu muito. Naquela época era estudante de artes cênicas em São Paulo e nem sonhava ainda em vivê-la como atriz.

MC Você encontrou pessoas próximas à ela para construir seu personagem?
AH Sim. Tive um encontro maravilhoso com o Luis Carlos Miele, um dos maiores amigos de Elis. Foi um encontro que começou às 17h e se prolongou madrugada adentro. Bebemos muito uísque, cantamos, dançamos, choramos, rimos. Também tive uma conversa importante com o Nelson Motta, que foi amigo e produtor dela. Elis era uma mulher muito apaixonante e sedutora, os homens eram loucos por ela.

MC O momento que você corta o cabelo no filme é algo marcante e que dá a nítida sensação de que naquele momento você entrou no personagem. Isso aconteceu de fato?
AH A imersão chegou aos poucos. Tinha um HD com 24 horas de entrevistas dela, que assisti ininterruptamente durante três meses. No estúdio, quando cantava com a banda, às vezes vinha aquele frio na barriga e parecia que uma mágica estava acontecendo. O cabelo deixei para cortar a uma semana do início das gravações. E daí a sensação foi bastante forte. 

MC Como foi sua preparação vocal?
AH Fiz três meses de aulas de canto com o preparador musical Felipe Habib. No filme canto todas as músicas, mas claro que é a voz dela que surge em cena. Afinal as pessoas vão ao cinema para vê-la cantar e não eu! (risos). De qualquer forma acho que seria impossível alguém chegar perto de sua técnica vocal. Ela era dona de um fôlego impressionante, emendava oito frases numa mesma respiração.

MC Você é franzina, tem um doce sotaque mineiro, mas sempre interpretou mulheres fortes.  Elis, Alice na minissérie de HBO entre muitas outras. Você também se considera uma delas? 
AH Sim. Sou do tipo que pega a vida no colo e assume suas rédeas. Também tenho meus momentos de vulnerabilidade. Agora mesmo estou numa fase de retiro. Emendei personagens intensos que exigiram muito do meu emocional. Preciso relaxar, ficar na minha e respeitar minha fragilidade.


Fonte: Marie Claire 

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