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Piloto diz que raios são comuns e não há necessidade de emergência

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O piloto Raimundo Neiva esclarece que a aeronave que trazia a apresentadora Xuxa Meneghel ao Piauí, na verdade, fez um pouso de precaução e não de emergência, manobra utilizada apenas em casos em que há riscos de acidente aéreo. Ontem (05), a eterna "rainha dos baixinhos" cancelou a vinda a Teresina após o avião em que estava ser atingido por um raio.

"Essa colocação 'pouso de emergência', nesta situação, está errada. O pouso de emergência é associado a acidentes, uma situação extrema. Aquilo foi apenas um pouso de precaução", esclarece.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, ele disse ainda que é comum aeronaves serem atingidas por raios. O piloto cita ainda que o único avião que caiu, após ser atingido por uma descarga elétrica atmosférica, foi em 1960, nos Estados Unidos. 

"Naquela ocasião, um raio atingiu parte de um tanque de combustível de um avião de grande porte que pegou fogo no ar. De lá para cá, as aeronaves foram aperfeiçoadas de tal maneira que não há nenhum acidente desde aquele episódio. As aeronaves já são protegidas pelo próprio fenômeno físico chamado de 'janela de faraday'. O raio, normalmente, atinge o avião no bico e sai na cauda ou na asa e sai na ponta da outra asa. O avião se transforma em um condutor de eletricidade. Ele percorre toda a fuselagem, mas os passageiros não sentem nada, isso explicado por um fenômeno físico", disse o piloto. 

Raimundo Neiva conta ainda que estranhou o fato dos passageiros do avião estarem usando máscaras de oxigênio

"A utilização de máscara de oxigênio está vinculada a despressurização. Nunca soube de nenhum caso em que um raio tenha causado despressurização. Isso não impede que isso tenha acontecido. Pelo o que se está noticiando, aconteceu. Raio atingir aeronave é comum. Eu mesmo já fui atingido por dois e, normalmente, não acontece absolutamente nada. Porém, há casos muito raros em que pode ocorrer alguma coisa, como uma interferência no sistema eletrônico da aeronave, um furo na fuselagem causada pelo raio", esclarece o piloto, com larga experiência, inclusive, na aviação comercial.

O piloto explica que, qualquer problema com a aeronave, será identificado no momento da manutenção. 

"Apesar de muito raro, se o raio danificou algum componente ou causou alguma insegurança, poderá ser alvo de investigação, mas não para procurar culpados, apenas para que seja relatado, colhidas as informações para que o fato não se repita", finaliza Raimundo Neiva.

 

A despressurização

É um evento raro. Pode ocorrer escape de ar por conta de um vazamento em uma porta ou janela, fazendo com que a aeronave tenha problemas em manter a sua atmosfera artificial. Como consequência, cai a oferta de oxigênio dentro do avião, o que pode causar nos passageiros a chamada hipóxia – diminuição de ar por metro cúbico no corpo humano. É aí que as máscaras de oxigênio entram em ação.

Quais são os sintomas da despressurização?

Em caso de despressurização lenta, os sintomas são: cansaço, fadiga, confusão ou euforia, dores de cabeça, dificuldade de raciocínio e visão. Na despressurização rápida, surgem dores de ouvido e sinusite, rápida expansão do peito, formação e expulsão de gases, problemas de coordenação, dificuldade de respiração, fala, raciocínio e visão. O uso da máscara de oxigênio ajuda a minimizar estes efeitos.

 

Graciane Sousa
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