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"Encontrei uma família no lugar mais improvável", diz detenta

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Rafaela Gregório de Sousa tem 22 anos e, assim como muitas das outras detentas da Penitenciária Feminina, teve uma vida marcada por abandonos e frustrações. Foi criada pela avó, já que a mãe desistiu dela logo após o parto e ela não chegou a conhecer o pai. A vida dura ficou ainda pior com a morte da avó, há quatro anos, o que desencadeou uma série de mudanças, levando Rafaela ao mundo do crime.

"Eu mexia com drogas. Tinha dinheiro lá fora, mas não tinha amor, não tinha família", declarou a jovem. Este será o quarto Natal que Rafaela passa dentro do presídio, mas, o que para muitas detentas é um sofrimento, para ela é o oposto.

"As pessoas aqui sofrem no Natal por não poderem estar com os filhos, com os pais, com os amigos... Eu comemoro. Aqui dentro eu encontrei amor. Encontrei uma família no lugar mais improvável. Eu tenho um pai aqui dentro, que é o professor de teatro, tenho mães, tenho amigos", conta.

Rafaela considera que dentro do presídio, o Natal passou a ter um outro significado para a realidade dela: de confraternização em família. A união dela com todos faz até com que ela tenha medo de ser solta.

"Eu brinco dizendo que quando eu receber meu alvará de soltura eu vou rasgar. Não quero sair daqui. Quando eu tiver que sair, vou sair de casa para um mundo estranho. Dá um aperto no coração e tem dia que eu não durmo pensando nisso. Mas também sei que preciso reconstruir minha vida...", reflete a detenta.

As detentas da Penitenciária Feminina encenaram uma peça especial de Natal e participaram de uma confraternização.

Jordana Cury
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