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Retrospectiva 2016: os acontecimentos que foram destaque no Brasil

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O ano de 2016 ficará para a história. Impeachment, novo governo, prisões de políticos importantes e a crise econômica dos Estados aqueceram o agitado ano político e econômico do país, que também registrou a maior manifestação popular da história, quando mais de 300 cidades fizeram protestos simultâneos. 2016 também foi um ano de muitas tragédias.

Relembre alguns fatos que impactaram o país em 2016

Impeachment de Dilma Rousseff

Após ter o processo de impeachment aprovado na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff foi definitivamente afastada do cargo após o Senado Federal aprovar, por 61 votos a 20, a cassação de seu mandato. Com a destituição, o vice-presidente Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto definitivamente. Dilma, porém, foi poupada de perder os direitos políticos. O Brasil encerrava em 31 de agosto o segundo processo de impeachment de um presidente após a redemocratização.

Michel Temer assume interinamente

Com o afastamento de Dilma Rousseff do cargo, coube ao vice-presidente Michel Temer assumir o comando do país, passando a possuir plenos poderes de nomear a equipe de governo e gerenciar o Orçamento da União. O presidente encerra o ano com apenas com 14% de aprovação e com diversas polêmicas envolvendo afastamento de ministros e criação de medidas impopulares.

Lula torna-se réu em cinco processos

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava-Jato, aceitou mais uma denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 19 de dezembro. Lula tornou-se réu pela quinta vez em ações penais nas Operações Lava Jato, Zelotes e Janus.

Prisões de Políticos

Em 2016, a Lava-Jato teve seu recorde de fases, deflagrando 17 operações. Nessas, muitos nomes de peso da política brasileira acabaram indo parar atrás das grades. Uma das prisões de maior impacto foi a do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, em 19 de outubro. A decisão foi do juiz Sérgio Moro no processo em que Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Gim Argello, Antonio Palocci, Sérgio Cabral e Garotinho foram outros nomes importantes da política brasileira capturados pela Polícia Federal.

Quedas de ministros

Em pouco mais de sete meses de governo Temer, seis ministros caíram, muitos deles envolvidos com os desdobramentos da Operação Lava-Jato. Romero Jucá, ministro do Planejamento, foi o primeiro a sair, em 25 de maio, após sugerir um pacto para barrar o avanço da Lava-Jato. O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira caiu cinco dias depois, em 30 de maio, após fazer críticas a operação.

Henrique Eduardo Alves, do Turismo, foi destituído em 16 de junho, após ter sido acusado na delação de Jorge Machado de ter recebido R$ 1,55 milhão em propina maquiada de doações eleitorais. Fábio Medina Osório foi demitido da AGU em 9 de agosto, por ter pedido acesso aos inquéritos de políticos envolvidos na Lava Jato sem comunicar Temer.

Já Marcelo Calero, ministro da Cultura, pediu demissão em 18 de novembro após supostamente ter sido pressionado pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para que o Iphan aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, com o qual tinha ligação. Gedeel foi demitido por Temer em 25 de novembro, dia seguinte do depoimento de Callero, acusado de tráfico da influência.


 

Delação da Odebrecht

O ano político terminou com Supremo Tribunal Federal (STF) recebendo, em 9 de dezembro, as 77 delações de executivos da Odebrecht na Operação Lava-Jato. Na última sessão do ano (19/12), o ministro Teori Zavascki disse que ele e sua equipe vãotrabalhar durante o mês de janeiro para analisar o material e ter condições de homologá-lo até a volta dos trabalhos em fevereiro. Um anexo de 82 páginas da delação de Cláudio Melo Filho, divulgado pela imprensa, mencionava um pedido de Michel Temer a Marcelo Odebrecht solicitando apoio financeiro ao PMDB.


Renan Calheiros vira réu no STF

Por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, em 1º de dezembro, denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2013 contra o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, por crime de peculato. Com a decisão, o senador se tornou réu na Corte pela primeira vez.

Eduardo Cunha é preso e tem o mandato cassado

Em 19 de outubro, Eduardo Cunha foi detido preventivamente pela Polícia Federal, em Brasília. O ex-presidente da Câmara e deputado cassado é acusado de receber propina de contrato de exploração de petróleo, e de usar contas na Suíça para lavar dinheiro. 

Rodrigo Maia é eleito presidente da Câmara dos Deputados

Em 14 de julho, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, com 285 votos. Ele venceu o segundo turno disputado com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que teve 170 votos. A vaga foi aberta com a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência. O eleito cumprirá mandato até fevereiro de 2017.

Manifestações

Milhões de brasileiros foram às ruas em ao menos 300 cidades em 13 de maio, promovendo a maior manifestação da história do País. Os protestos pediam a saída de Dilma Rousseff da presidência e também tiveram como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Operação Lava-Jato. Segundo números da Polícia Militar, 3,5 milhões de pessoas teriam ido as ruas do país.

Conversas telefônicas entre Dilma e Lula

Em 16 de março, o juiz Sérgio Moro divulgou grampos telefônicos da Operação Lava Jato onde a então presidente Dilma Rousseff promete enviar a Lula o termo de posse de Ministro da Casa Civil para ser usado, segundo a presidente, “em caso de necessidade”. O documento concederia foro privilegiado ao ex-presidente, e, para opositores, a ação ocorreu para livrá-lo da Operação Lava-Jato.
 
Prisão do japonês da Federal

 O policial federal Newton Ishii, o 'Japonês da Federal' que ficou conhecido por escoltar os presos da Operação Lava-Jato, foi preso em 7 de junho, em Curitiba, por crime de facilitação de contrabando. Ishii cumpre a pena em regime harmonizado, devendo ficar em casa entre 23h e 5h. O policial voltou a atuar na Lava-Jato, usando uma tornozeleira eletrônica.

Reforma da previdência

A reforma da Previdência, proposta em 5 de dezembro pelo governo federal, torna mais rígidas as regras para se aposentar no Brasil. Se aprovadas, o brasileiro terá de contribuir durante 49 anos para ter o benefício integral.

PEC do Teto dos Gastos

O governo federal apresentou, em julho, a controversa PEC 241 que, após aprovação na Câmara dos Deputados, tornou-se a PEC 55 no Senado. A proposta visa conter o crescimento de gastos obrigatórios, que não podem ser bloqueados. Agora, com a aprovação da medida pelos senadores, foi estabelecido um teto para os gastos públicos, que ficarão vinculados à inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos.

Crise fiscal nos Estados

Os Estados brasileiros tiveram um 2016 de muita dificuldade financeira, atrasando salários de servidores públicos e com dificuldades em prestar serviços básicos, como saúde e segurança. O destaque negativo ficou para o Rio de Janeiro, que decretou calamidade financeira em julho e recebeu ajuda de R$ 2,9 bilhões do governo federal. Em dezembro, foi a vez de Minas Gerais decretar emergência nas contas públicas. A situação está rendendo um caloroso debate no Congresso Nacional sobre o projeto de lei que visa a renegociação das dívidas dos Estados com a União.

Ocupações de Escolas Públicas

Após o governo Temer lançar o projeto de reforma do ensino médio, estudantes de todo o país passaram a ocupar escolas públicas em protesto contra a medida. O Ministério da Educação (MEC) chegou a adiar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) em algumas escolas por conta do movimento. Um levantamento divulgado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) mostrou que pelo 1.154 escolas, institutos e universidades estaduais, federais e municipais foram ocupadas por estudantes em todo o país.

Enem 2016

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi realizado para mais de 5,8 milhões de estudantes em 5 e 6 de novembro. O exame abordou temas como crise dos refugiados, mulheres no esporte e Aedes aegypti. O tema da redação foi intolerância religiosa. A Polícia Federal (PF) concluiu que houve vazamento da prova e apontou estelionato qualificado onde ao menos duas pessoas foram beneficiadas. Estudantes que foram prejudicados pelas ocupações contra a reforma do ensino médio realizaram o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.

Pedido de recuperação da Oi

A Oi solicitou, em 20 de junho, um pedido de recuperação junto à Justiça, incluindo no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. A empresa é a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes. O pedido de recuperação da empresa é o maior da história do Brasil.

Avanço do Zika vírus

Com a estimativa Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) de que 1,5 milhão de pessoas seriam infectadas pelo zika vírus, o Brasil iniciou 2016 em alerta. Dados do último boletim epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde, em dezembro deste ano, mostram, porém, que o número de infecções ficou abaixo do previsto pela Opas. O Brasil registrou 211.770 casos prováveis de contaminação pelo zika virus, distribuídos em 2.280 municípios, tendo sido confirmados 126.395 casos.

Desabamento da Ciclovia no Rio de Janeiro

 Em 21 de abril, duas pessoas morreram no desabamento de um trecho da Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro. O trecho havia sido inaugurado em 17 de janeiro e cedeu após fortes ondas o atingirem. Com o impacto, a ciclovia se desprendeu da única viga que a sustentava.

Eleições Municipais

No mês de outubro, os municípios do Brasil elegeram seus novos vereadores e prefeitos para os próximos quatro anos. O pleito ficou marcado pelo enfraquecimento do PT, que perdeu 386 prefeituras e manteve apenas uma capital. O crescimento do PSDB também foi destaque.

Tragédia com avião da Chapecoense

O Brasil acordou de luto na manhã de 29 de novembro pela morte de 71 pessoas que estavam no avião que levava a delegação da Chapecoense a Medellín, na Colômbia. A aeronave caiu na cidade de La Unión, por falta de combustível. A equipe catarinense disputaria no dia seguinte a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. A tragédia causou comoção no país e em todo o mundo.

Acidentes aéreos

As tragédias aéreas de 2016 ficarão marcadas na memória dos brasileiros. O mês de dezembro registrou vários casos em todo o país. No dia 4, um helicóptero caiu em São Lourenço da Serra, São Paulo, matando uma noiva que estava a caminho do casamento. Também morreram o piloto, o irmão da noiva e uma fotógrafa que estava grávida. No dia 7, foi a vez de Manaus registrar a queda de um avião que deixou seis mortos. No dia 23 de dezembro, um avião de pequeno porte que seguia com destino ao município de Tabatinga, no Amazonas, caiu matando três dos quatros tripulante, entre eles o piloto brasiliense Wellington Mendes Faustino.


Fonte: Correio Braziliense 

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