O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), garantiu nesta segunda-feira (2) que não vai disputar as eleições 2018. Está nos planos do tucano terminar o 4º mandato como prefeito da capital e, após isso, concorrer só mais um pleito eleitoral antes da aposentadoria na política.

"Sou muito grato à população de Teresina por tudo que eu recebi. Se a gente voltasse há 25 anos, seria muito difícil a gente imaginar que receberia a missão de ser prefeito 4 vezes. Já é um motivo de muito orgulho. Já faz com que minha vida pública seja realizada. Eu já poderia pendurar minhas chuteiras. Já estou chegando no momento de pensar na aposentadoria. Tenho 53 anos, daqui a 4 anos são 57. É difícil imaginar que a gente vá disputar muitas outras eleições para a frente. Quero terminar esse mandato e enfrentar essa crise. Acho que só tenho mais uma eleição pra frente", afirmou em entrevista ao Jornal do Piauí.

Sem afirmar que cargo irá disputar, Firmino disse que, após 2020, vai deixar o caminho livre para a “meninada” que está entrando na política.

“Com absoluta certeza não deixarei meu mandato de prefeito, se saúde eu tiver. Não serei candidato em 2018. Vou buscar honrar o compromisso. Provavelmente serei candidato uma vez mais, antes de encerrar a carreira. Estou buscando planejar minha vida após os 60. Sempre tive o projeto de voltar à universidade. Tem uma meninada que está chegando aí. Vamos deixar eles tocarem a roda da cidade”, ressaltou.

Na economia, Firmino disse que a prefeitura inicia uma gestão com o quadro econômico bastante adverso. "As prefeituras precisam se ajustar, cortar gastos, fazer revisão de contratos e buscar se adequar. O poder público precisa se reajustar, ao mesmo tempo nós esperamos que a economia brasileira possa reagir, especialmente no final deste ano de 2017. Caso o poder público não venha a se ajustar, corremos o risco de ver o que está acontecendo no Brasil: são vários governos em situação calamitosa e prefeituras. Aqui, temos prefeituras que sequer acabaram o ano letivo", declarou.

Fotos: Roberta Aline

Na saúde, a grande missão, segundo o prefeito, é fazer com as prefeituras invistam em saúde e ajudem a desafogar o sistema de Teresina. O recado vale também para o governo do Estado. "Teresina tem sofrido muito do ponto de vista financeiro com o crescimento da máquina de saúde. Há 10 anos nossa cidade gastava 16% ou 17% da receita corrente líquida com saúde. Hoje nós já chegamos a gastar 35%. Nós temos 11 hospitais, 92 unidades básicas e uma assistência que atende grande parte do Piauí. Para se ter uma ideia, Teresina hoje tem mais profissionais na área da saúde do que o próprio Governo do Estado do Piauí. Precisamos regular de forma cada vez mais realista, esse diálogo entre a saúde pública de Teresina e a do interior", afirmou, destacando que essa será a grande missão do novo presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Sílvio Mendes.

"Ele vai ter nessa área uma de suas grandes missões: buscar o entendimento, principalmente com o governo do Estado e buscar também com os novos prefeitos eleitos. É necessário dizer que, no Piauí, 98% das prefeituras tem dificuldade em gastar os 16% da área de saúde. A prefeitura de Teresina gasta 35%. É necessário que, cada vez mais, essas prefeituras possam assumir seu papel na saúde. Vamos aprofundar esse diálogo. A população de Teresina não pode ser penalizada de forma desnecessária, pois já é penalizada quando aplicamos vastos recursos nessa área", ressalta.

Concursos

Para quem está esperando concursos este ano, o tucano descartou novos certames em função da crise. "Os concursos que foram iniciados no ano passado estão em andamento. Em relação a novos concursos não existe nenhuma previsão e, provavelmente, nós não teremos esse ano por conta da crise que estamos sofrendo. É muito difícil. Vamos encerrar os iniciados e garantir a colocação dos cargos que foram colocados nos concursos", garantiu.

Hérlon Moraes
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