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Com vergonha da CBB, Oscar revela decepção com o Brasil no Rio 2016

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Lenda do esporte nacional, o ex-jogador Oscar Schmidt está envergonhado com a atual situação do basquetebol brasileiro, envolto em uma crise deflagrada após a suspensão da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) do quadro de filiados da Fiba (Federação Internacional de Basquete), em novembro do ano passado.

“Se a Fiba, que é a federação internacional de basquete, desfiliou a CBB é porque tem muita coisa errada lá”, diagnosticou Oscar, em entrevista à Gazeta Esportiva.

Alegando problemas administrativos e financeiros da CBB, o Comitê Executivo da Fiba decidiu punir o basquete do Brasil, proibindo qualquer equipe do País de disputar competições internacionais – a Liga das Américas, principal torneio sul-americano de clubes, está incluída nesta restrição.

Presidida por Carlos Nunes desde 2009, a CBB acumula débitos com a entidade internacional há anos, mencionados no comunicado da suspensão, e que ainda não foram liquidados apesar dos períodos de carência concedidos. Em função disso, as Seleções masculina e feminina tiveram suas vagas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ameaçadas.

A Fiba, que ofereceu ajuda no processo de reestruturação, não estipulou uma data para reintegrar a confederação brasileira ao seu quadro de filiados. Oscar atribui a culpa pelo caos no basquete nacional aos dirigentes e pede reformulação.

“Não quero nem me alongar muito, porque isso para um jogador de basquete é uma vergonha. Eu me sinto envergonhado pelo atual momento do basquetebol brasileiro. Tem que mudar tudo lá”, esbravejou o ‘Mão Santa’.

Maior pontuador da história das Olimpíadas (1.094 pontos), o ex-jogador ainda revela decepção com a campanha brasileira tanto no torneio masculino quanto no feminino, no Rio, em agosto de 2016. Entre os homens, a Seleção deixou a vaga nas quartas de final escapar por detalhes em uma partida histórica contra a Argentina. Já as mulheres não conseguiram uma vitória sequer na competição, perdendo seus cinco compromissos na fase de grupos.

“Foi (decepcionante), porque o Brasil tinha time para ganhar medalha. O feminino não tinha chance nenhuma, mas o masculino tinha. Como sempre, não soubemos vencer. A Argentina tinha que ganhar o jogo. No basquete, não se ganha de 20 (pontos), se ganha de 1 a 5 na maioria dos jogos. Se o time não sabe ganhar de 1 a 5, não vai ganhar mesmo”, contou Oscar, referindo-se à vitória argentina por 111 a 107, após duas prorrogações.

Naquela partida, os brasileiros venciam por 85 a 82 a três segundos do estouro do cronômetro, mas permitiram o empate. Oscar não se conforma até hoje: “Na hora ‘H’, o (Facundo) Campazzo pega o rebote, não fizemos falta…Não precisa o técnico pedir pra fazer falta, o jogador tem que saber. Estamos 3 à frente, vamos fazer falta pra ele bater dois lances livres.

Depois, nós temos a bola no final. Ninguém fez a falta. Aí, no chute do (Andrés) Nocioni, o Campazzo, que era o menor jogador em quadra, pegou o rebote e deu pro Nocioni, e ele meteu a bola de três. Ah, pelo amor de Deus”.

Após a derrota, o Brasil encerrou sua participação na fase de grupos com vitória sobre a Nigéria, mas a combinação de resultados não ajudou e o País acabou eliminado precocemente da competição.

Diagnosticado com um câncer no cérebro em 2011, Oscar garante estar bem de saúde e diz que isso não o atrapalhará para o Jogo das Celebridades, marcado para 17 de fevereiro, em Nova Orleans. O evento acontecerá no fim de semana do All-Star Game da NBA, do qual foi convidado a participar em uma ação conjunta entre Espn, a cervejaria Budweiser e a própria liga norte-americana.

“Outro dia, o meu médico me deu parabéns. Falou que minha ressonância nunca esteve tão boa”, comemorou o Mão Santa, que sonha em dar um toco no ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com presença especulada no evento.


Fonte: Gazeta Press

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