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Simone e Simaria buscam restos mortais do pai

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O ano de 2017 começou com tudo e quem precisa de ajuda para cumprir resoluções de amor deve prestar atenção em Simone e Simaria. A dupla lança o DVD “Live’’, repleto de sofrências. As Coleguinhas podem até não trazer a pessoa amada em três dias, mas em minutos, ajudam a extravasar dores e alegrias.

— Cantamos o que a gente já viveu, o que amigas passaram... É gratificante mostrar a força que a brasileira tem. A gente canta: se a mulher quiser beber, ela vai beber; se ela quiser sair, vai sair. Ser porta-voz dessa liberdade é uma alegria — destaca Simone, de 38 anos, a mais velha das duas. Com a irmã, ela já viu as fãs colocarem muito mais do que suas decepções para fora: — Na euforia do show, tem mulher que mostra até os peitos! Elas piram, choram, se descabelam...

O bom humor das artistas não contagia só o público. A farra rola solta até em entrevistas, com direito a apelidos carinhosos e xingamentos. “Bicha feia” e “Homi” são os mais comuns. E se o assunto é crítica — elas foram questionadas por adotarem o sertanejo no lugar do forró — as duas, que fazem show no Rio, no próximo dia 16, se unem na defesa.

— Com o forró, não tínhamos conseguido chegar ao Sul e ao Sudeste. Com o sertanejo, As Coleguinhas alcançaram o Brasil inteiro e o exterior: Londres, Suíça, Estados Unidos... Se foi esse o projeto que nos deu tudo o que está acontecendo hoje, por que não abraçar esse estilo de verdade? Nosso show tem 20% de forró e 80% de sertanejo. Os fãs de antes continuam, e quem não era, agora é— argumenta a caçula.

Com o sucesso, a dupla vê o cachê aumentar e a realidade atual ficar bem distante da infância pobre no interior da Bahia. Recentemente, as duas gravaram o clipe “Loka”, com Anitta. Mesmo com toda a repercussão, as cantoras evitam ostentar. Simaria explica:

— Quem faz isso é gente com cabeça fraca, vazia. Quem acredita no seu potencial não esbanja, não precisa ficar provando as coisas o tempo todo.

Antes da popularidade, foi preciso muita insistência. Mesmo após terem sido backing vocal de Frank Aguiar e de terem cantado na banda Forró do Muído, Simone lembra que as portas não se abriram:

— Só não passamos fome porque Deus não quis. Vivíamos com R$ 200 no mês, mas persistimos. A gente precisou sofrer para hoje ter os pés no chão.

O rumo das irmãs também é motivado por outra busca. Há mais de um ano, elas procuram os restos mortais do pai, morto aos 44 anos e enterrado como indigente em 1993.

— Esse assunto dói, não passa nunca. Quando a gente encontrar, acho que vai ser um alívio. Principalmente para mim, que prometi a mim mesma que isso vai dar certo — conforta-se Simaria.

Elas estão bem acompanhadas

No DVD “Live”, Simone e Simaria tiveram a participação de Bruno & Marrone cantando a música “Te amo chega dar raiva”. Recentemente, elas gravaram a música “Loka” com Anitta. Assim que o álbum saiu, as duas ganharam mensagens de incentivo dos cantores Leonardo e Gusttavo Lima. O intercâmbio das baianas com outros artistas é uma marca.

— Ver pessoas de quem a gente era fã prestigiando é gratificante. Teve época que olhavam para a gente e pensavam: “São bonitas. Foi fácil”, mas não foi nada disso. Nosso dueto foi o diferencial — diz Simone.

Sem medo de críticas, a artista opina que sua arte é intuitiva:

— Se eu chegar para uma banda e disser o tom, se eu pedir uma nota, estou mentindo. Eu não sei. Também não costumo escutar música nem em casa nem no celular na horas vagas. Quando tenho que cantar, vou e canto. É um dom.

Outro talento marcante das cantoras são os bordões.

— Uma vez, eu estava num show ao vivo, com sono, e pedi para soltar a música falando “Vai, coleguinha”. Aí pegou. Era uma expressão que nossa mãe falava. Já brincamos com as fãs dizendo “Se eu cair, continuo bebendo deitada”. O povo sempre espera a gente inventar alguma coisa. É engraçado — ri Simaria.

Fonte: Extra

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