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Governador pede ilegalidade da greve dos professores; Sindicato mantém paralisação

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O governador Wellington Dias (PT) anunciou que a Procuradoria Geral do Estado vai pedir que a greve dos professores da rede estadual de ensino seja declarada ilegal. O movimento, deflagrado na sexta-feira (10), pretende impedir o início das aulas em todo o Piauí a partir desta segunda-feira (13). O gestor convocou os alunos a irem para suas escolas, mas a categoria afirma que o movimento está mantido. 

“O movimento de greve é ilegal e descabido”, disse o governador, que alega pagar acima do piso nacional e ter respeitado a data-base aplicando o reajuste de 7,46% no salário dos professores. A greve foi deflagrada porque os docentes não aceitaram o parcelamento desse aumento, dividido nos meses de janeiro e julho de 2017. 

Wellington Dias frisa que o professor da rede estadual, com o reajuste, chegará a R$ 2.836,93, mais de que os R$ 2.298 do piso nacional. E que antes, o Piauí já pagava acima disso - R$ 2.634,65. “Esse valor está acima do piso nacional e também respeitamos a data-base, janeiro, concedendo a primeira parcela de aumento”, acrescentou o governador. 

O gestor convocou alunos e pais a comparecerem ao início do ano letivo e disse que as demandas da categoria já foram atendidas. “Nossa prioridade é a educação, aplicamos o reajuste, honramos a tabela de pagamento e já tínhamos agendado com o Sinte uma reunião para abril para ver a possibilidade de antecipar a segunda parcela do reajuste, conforme o comportamento positivo das receitas e contas do Estado”.

Sinte contesta


Procurado pelo Cidadeverde.com, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Estado do Piauí (Sinte-PI) informou que não foi procurado pelo Governo do Estado para tentar um acordo e a greve da categoria está mantida. 

Kássyus Lages, secretário de comunicação do Sinte, disse que a categoria recusa o parcelamento do reajuste e quer que o mesmo seja feito de forma integral. Além disso, os professores reclamam da ausência de uma contraproposta por parte do Governo e problemas de falta de estrutura em escolas da rede estadual. 

O sindicalista acrescentou que o arrombamento de uma escola na zona Norte de Teresina, na última madrugada, fez com que professores manifestassem ainda mais indignação - seria o quarto arrombamento no mesmo local em apenas dois meses. 

Sobre o pedido de ilegalidade da greve, Kássyus Lages disse que o Sinte aguardará a decisão da Justiça e, caso o Governo ganhe a causa, vai recorrer com a alegação de que o pagamento do piso nacional dos professores não teria sido cumprido dentro da legalidade - o sindicato entende que o reajuste deve ser concedido integralmente em janeiro. 

 

Fábio Lima
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