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Senado aprova PEC que derruba decisão proibindo vaquejadas no país

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Com o peso da bancada nordestina e senadores de todo o país, o Senado aprovou, nesta terça-feira, uma proposta de emenda constitucional (PEC) cujo objetivo é derrubar uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a prática de vaquejadas e rodeios. A PEC de autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA) foi votada em dois turnos e será apreciada também pela Câmara dos Deputados.

No Piauí, a notícia foi comemorada pela Associação dos Vaqueiros Amadores no Piauí, Ravi Lages. "A gente esperava a decisão do Senado porquê os políticos sabem a fundo a importância da vaquejada para o Brasil e para a economia do Nordeste. Esse ano melhoramos o bem estar animal. E temos sempre um juiz veterinário ou um zootecnista para garantir as boas condições", afirmou Ravi.

A proibição do Supremo provocou uma forte reação e trouxe a Brasília representantes de todos os ramos de atividades ligadas às vaquejadas e rodeios. O texto prevê que não serão consideradas cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais previstas na Constituição e registradas como integrantes do patrimônio cultural brasileiro. A condição para isso é que sejam regulamentadas em lei específica que garanta o bem-estar dos animais.

Líder do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) discursou contra a PEC, alegando maus tratos contra os animais. E negou que seja contra os nordestinos.

— Quero dizer aos senhores que o sistema nervoso de um animal, de um boi, de uma vaca, é praticamente semelhante ao sistema nervoso humano. A dor, o estresse, o medo: o animal sente. Nós gostaríamos de enfrentar uma situação como essa? — protestou, liberando a bancada do partido para a votação.

O relator Otto Alencar rebateu Gleisi, dizendo que haverá uma lei rigorosa de fiscalização para evitar maus tratos e verificação por veterinários para que os rodeios sejam realizados com bois já adultos.

Um dos subscritores da PEC, o senador Roberto Muniz (PP-BA) diz que o ponto central da proposta é permitir manifestações culturais, registradas como patrimônio cultural brasileiro.

— Pior que derrubar um boi é o preconceito contra a cultura do Nordeste. Me preocupa o desprezo que a cultura urbana tem com o meio rural — defendeu.

Com informações de O GLOBO
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