Marco Nanini relembrou os momentos marcantes de seus 50 anos de carreira em entrevista à "Vogue Brasil". O ator falou sobre a primeira vez que subiu ao palco, na peça infantil "O Bruxo e a Rainha", em 1965, na Igreja de Santa Teresinha, em Botafogo. Logo depois, ele entrou para o Conservatório Nacional de Teatro, onde conheceu a história de grandes autores e aprendeu sobre maquiagem, cenários e técnicas de voz.

- Se não fosse a escola, eu não teria uma base possível para construir nada - diz ele, cujo último trabalho na TV foi na novela "Êta mundo bom!".

O ator também abriu o coração sobre a vida pessoal. Ele contou à revista que, aos 17 anos, descobriu que o pai tinha outra família, com quatro filhos:

- Mas eu não estava nem aí para isso. Minha turma já era a do teatro, minha cabeça já era outra. Cheguei ao Conservatório todo enrustido, cheio de culpa católica e, lá, aprendi que podia ser quem eu quisesse. Uma das primeiras coisas que fiz depois de entrar para o curso foi contar para os meus pais e amigos que eu era gay. Aquela revelação sobre a família do meu pai, portanto, não era dramática para mim.

Hoje, aos 69, ele se prepara para estrear a peça "Ubu Rei", de Alfred Jarry, em março. E também cuida dos trabalhos no Galpão Gamboa, espaço que criou para ensaios, shows, aulas, festas e outras atividades na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Em ambos os projetos, teve a seu lado Fernando Libonati. Ex-estudante de Odontologia, ele se tornou assistente pessoal do ator.

- Sempre quis produzir as minhas peças, mas sozinho não consigo fazer conta, mexer com dinheiro, sou um desastre. Era preciso encontrar um sócio. - explica Nanini, que acrescenta: - Ele foi meu namorado por muitos anos. E não deixa de ainda ser. Estamos juntos esse tempo todo, só não tem mais sexo. Sexo é uma coisa muito estranha: vem e vai embora e você nem sabe o porquê.

Fonte: O Globo