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Homens são vítimas em quase 90% dos acidentes de trabalho, diz HUT

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O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) divulgou, nesta terça-feira (07), dados das notificações compulsórias em 2016 que, somente no ano passado, registrou 1.869 casos de doenças e agravos. Com relação a 2015 esse número representa um aumento de 21,2%. 

As notificações que mais se destacaram foram acidentes de trabalho grave com 790 atendimentos, com aumento de 42,6%, e casos de violências interpessoais/autoprovocadas com 419, aumento de 22,4%.

Dentre os acidentes de trabalho grave atendidos no HUT a maioria dos pacientes é do sexo masculino com 89,6% do total. Mais da metade, 56,2%, estão na faixa etária de 19 a 39 anos e 35,3% estão de 40 a 59 anos de idade. Quanto ao tipo de acidente de trabalho, 55,7% foram notificados como de trajeto, ou seja, no deslocamento para o trabalho ou vice versa.  
 
Rui explicou que o acidente de trabalho não se restringe apenas ao horário do expediente. Qualquer acidente que venha acontecer no trajeto de casa para o trabalho ou do trabalho para casa é considerado acidente de trabalho. 

“Nesse caso não pode haver desvio de rota. Se a pessoa sair da rota para visitar alguém ou tomar um sorvete, por exemplo, e se acidentar já não é mais considerado acidente de trabalho”, disse.

O NHE notificou ainda 95 casos de acidentes de trabalho com exposição a material biológico, 93 casos de intoxicação exógena (cujo agente de intoxicação é externo), 62 casos de doenças neurológicas, 206 de doenças de notificação e 20 de outros agravos. 

Dentre as doenças de notificação se destacam, principalmente, dengue, hepatite viral, chikungunya, leishmaniose, leptospirose, tuberculose e hanseníase. E entre os outros agravos incluem-se atendimento anti-rábico, acidente com animal peçonhento e evento adverso pós-vacinal.

Violências Interpessoais
 
Já com relação às notificações de violências interpessoais, 62,5% das vítimas que deram entrada no HUT eram do sexo masculino. 177 casos, ou seja, 42% foram crianças de 0 a 12 anos e 39,4% tinham de 13 a 29 anos de idade. A violência física e a negligência foram os tipos de notificações que mais se destacaram dentre os atendimentos com 43,2% e 40,4%, respectivamente.
 
Violência doméstica

Outra informação importante notificada pelo NHE são os dados sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes. Em 2105 foram 166 notificações. Já em 2016 esse número cresceu para 184 casos, representando um aumento de 10,8%. 

Rui explicou que muitos casos que entram no HUT como acidentes domésticos são avaliados pelo Núcleo e classificados como negligência. “Todos os dias nós analisamos vários casos de crianças que entram no HUT como violência doméstica. Quando é constatada a falta de cuidado com a proteção da criança fazemos a notificação e encaminhamos para o Conselho Tutelar investigar e tomar as providências cabíveis”, destacou. 
 
Informações Epidemiológicas

As notificações compulsórias são aquelas que precisam ser, obrigatoriamente, notificadas às autoridades em saúde.  De acordo com Rui Cipriano, esses dados gerados pelo Núcleo são transformados em informações epidemiológicas com a finalidade de descrever, acompanhar e comparar características dos grupos populacionais atendidos no HUT. 

“Nós trabalhamos para identificar problemas que podem colocar em risco a saúde da população. Somos responsáveis pelo planejamento e execução das ações de epidemiologia hospitalar, incluindo a vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória e outros fatores de interesse da saúde que norteiam as políticas públicas do país”.

 
Da Redação
redaçã[email protected] 

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