Cidadeverde.com

Em Teresina, Zeca Baleiro diz que gosta de forró e condena policiamento cultural

Imprimir
  • _MG_2256.jpg Roberta Aline
  • _MG_2254.jpg Roberta Aline
  • _MG_2246.jpg Roberta Aline
  • _MG_2243.jpg Roberta Aline
  • _MG_2197.jpg Roberta Aline
  • _MG_2180.jpg Roberta Aline
  • _MG_2165.jpg Roberta Aline
  • _MG_2149.jpg Roberta Aline
  • _MG_2139.jpg Roberta Aline
  • _MG_2067.jpg Roberta Aline
  • _MG_2044.jpg Roberta Aline
  • _MG_2011.jpg Roberta Aline
  • _MG_1996.jpg Roberta Aline
  • _MG_1942.jpg Roberta Aline

Eram aplausos, coro, risadas, provocações. O cantor e compositor Zeca Baleiro estava impossível durante o show no projeto Seis e Meia, ocorrido na noite de ontem (8), no Teatro 4 de Setembro, em Teresina.  

Há cerca de cinco anos sem vir a capital piauiense, o cantor maranhense estava bastante à vontade, relaxado e com participação ativa da plateia. Sentado em um banco, somente com voz e violão, Baleiro mostra um artista maduro, seguro e bem humorado. 

O repertório contemplou música recente como “Forró de ilusão” que versa a letra: "você prefere o Safadão, e eu tô mais pra safadinho/ você não perde o Domingão e eu sou mais o Dominguinhos". 

Aproveitando a chuva em Teresina, Zeca Baleiro inicia o show cantarolando: “a chuva cai lá fora/ você vai se molhar”, numa referência a canção de Argemiro/Casquinha, imortalizada por Beth Carvalho.

Em seguida engata com Babylon, Bola dividida, canções consagradas como Lenha, Flor da Pele, samba do approach, Telegrama e Toca Raul. Ao cantar “Vai de Madureira”, ele sai com essa: “quem não pode, quem não pode, Nova York vai de Luis Correia” e o publico não resiste e cai na risada. Baleiro completa 20 anos de carreira e seu último trabalho foi "Era domingo". 

Para o conterrâneo Salgado Maranhão, que estava na plateia do Teatro 4 de Setembro, Zeca improvisou cantando: “sem você a vida pode parecer/um porto além de mim/coração sangrando/caminhos de sol”, para homenagear a poesia de Salgado Maranhão.

Gosta de forró

Durante o show, Baleiro conversou com o público, contou causos e fez revelações. Uma delas é de que gosta de forró e justifica:

“Forró é uma coisa, como direi, ancestral, atávico pra mim”, conta Zeca que é interrompido por uma voz da plateia: “toca Raul” e ele reage: “tocarei, Raul era fã de forró também, adorava Luiz Gonzaga. É uma música brasileira, está no gene, a gente ouve e sente um barato”. 

No bate-papo, ele diz que não condena o forró e lembrou que o próprio Luiz Gonzaga, que era gênio da música popular, “um dia foi tratado como marginal, uma párea”.

Ele se diz conservador quando o assunto é forró e esclarece: “Gosto de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Genival Lacerda, Abdias, desses caras”. Em seguida improvisou o “forró de ilusão” que é um duelo entre casal. 

Policiamento cultural

Ao cantar “Alma não tem cor”, Zeca Baleiro critica o policiamento cultural. 

“Será que vou cantar branquinho, afrodescendentinho. Isso não é poético...é importante o debate, mas não pode ficar obtusa”.

Baleiro ressaltou que o ódio racial é condenável e que sua geração sonhou com um mundo mais igualitário.

"O mundo que a minha geração sonhou era de um mundo que todos estavam juntos e misturados. Havia mais igualdade social, racial".

 

Homenagem ao amigo na plateia

Entre seus causos, Zeca lembrou que antes de se entregar a “vida bandida”, numa referência ao mundo artístico, ele estudou Agronomia. Na universidade no Maranhão conheceu um piauiense que virou seu amigo de nome Iran, da cidade de Oeiras, e que estava na plateia. 

Revelou que torce pelo River, no Piauí e ainda homenageou Papete cantando: “Ê alumiô, toda terra e mar/Ê alumiô, toda terra e mar/Eu vi fortaleza abalar”. Papete é cantor e compositor maranhense morreu aos 68 anos, ano passado, vítima de câncer de próstata. 


 
Flash Yala Sena
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais