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Polícia do Piauí apura agressões homofóbicas em página do Facebook

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A foto de Juliana foi alvo das ofensas. Divulgação/Arquivo pessoal

A mentora de tecnologia Juliana Nogueira procurou ontem (24) a Polícia Civil para denunciar agressões que sofreu na página do Facebook da empresa em que trabalha. As mensagens partiram de um homem que ela não conhece e tiveram teor homofóbico. A Delegacia da Mulher do Centro recebeu a denúncia, que está sendo investigada. Uma audiência já foi marcada. 

Juliana contou que as agressões aconteceram em uma postagem com uma foto sua. Na publicação, ela responderia questionamentos sobre produtos vendidos na loja. 

Ela acredita que seus cabelos curtos e as tatuagens motivaram o comportamento preconceituoso por parte do rapaz, que é estudante de educação física em Teresina. 

"Ele disse que eu era 'sapatão' e que Deus abomina isso, me xingou ainda de outros nomes. Eu tenho cabelo curto, sou tatuada, e não sou lésbica, ele agiu de forma preconceituosa. E mesmo que eu fosse, ele não tem direito, isso é ofensivo", declarou. 

Ela se mostrou indignada principalmente porque tem dois filhos, de 19 e 13 anos, que viram as ofensas e ficaram revoltados. 

"Minha filha quis responder, mas eu não deixei, falei que ia procurar informações e denunciar, não ia deixar assim. Falei com algumas pessoas que já o conhecem e dizem que ele é assim sempre, não é a primeira vez que faz esse tipo de coisa", declarou. 

A titular da especializada, delegada Vilma Alves, é que fará a mediação da audiência que acontecerá no próximo dia 28. O rapaz será intimado a comparecer por até três vezes e, caso não vá espontaneamente, será conduzido. 

Juliana destacou que não quer indenização, mas que pretende que ninguém mais seja vítima desse tipo de agressão. 


A empresa em que a vítima trabalha fez publicação em que pede menos ódio nas redes sociais.

"Eu quero só que ele respeite as pessoas. Ele disse que Deus abomina esse tipo de coisa [lésbicas], mas Deus abomina é o preconceito. Muita gente disse que se eu seguir adiante, vão achar que eu sou lésbica. Eu não me importo, porque isso não é um problema, mas ele falou como se fosse algo prejorativo, como se eu fosse a escória do mundo. Ele que é", finalizou. 

 

Maria Romero
[email protected]

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