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Letícia Sabatella admite ter sido assediada por José Mayer

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“José Mayer não se emenda.” O comentário, publicado por Letícia Sabatella logo após eclodir a denúncia de assédio sexual feito contra o ator pela figurinista Su Tonani, mostrou que conhecia de perto o assédio sexual nos bastidores da TV Globo. A atriz chegou a deletar o post, mas agora confirmou à repórter Daniela Pessoa, da Veja Rio, já ter passado por situação semelhante. Letícia contracenou com Mayer na minissérie Agosto (1993) e na novela Páginas da Vida (2006).

“Quando li o relato da Su, que não conheço, eu me compadeci imediatamente. Senti o que ela sentiu, e sabia que ela não estava mentindo. Também já tinha passado por uma experiência parecida com o Zé Mayer, que foi alertado de maneira amigável. Eu, sinceramente, me comovi com o pedido de desculpas dele. Sei o grande artista que ele é, sensível, capaz de uma transformação. Precisamos do exemplo de uma pessoa capaz dessa reflexão, e o Zé pode ser esse exemplo. Não estou querendo endeusar nem demonizar ninguém. Mas podemos fazer do limão uma limonada”, declarou a atriz. 

Letícia já havia se manifestado a respeito do assunto em uma entrevista que deu para o site Glamurama. Na ocasião, comentou o movimento #mexeucomumamexeucomtodas, que mobilizou várias funcionárias da emissora, anônimas e famosas, em um manifesto em favor da figurnista e contra o asséio. Sophie Charlotte, Camila Pitanga, Taís Araujo, Cleo Pires, Bruna Marquezine, Drica Moraes, Fernanda Lima, Leandra Leal, Grazi Massafera, Tainá Müller, Alice Wegmann e a própria Letícia aderiram à campanha.

"Não é para linchar, mas para alertar para que essa pessoa saia dessa lógica de supremacia, de superioridade que acha que pode exercer sobre a mulher, ainda mais uma hierarquicamente menor na empresa. Não é para ser estigmatizante, mas um alerta sobre essas diferenças de gênero, mas com direitos iguais, desejos similares. Essa iniciativa nossa de nos unirmos é muito doce, bonita", disse Letícia á repórter Michelle Licory.

Didática sobre o tema, Letícia continuou seu depoimento ao Glamurama. "Tudo isso faz parte da cultura do machismo. Pessoas que são bons pais, bons maridos e eventualmente bons colegas podem cair nessa esparrela. Ele não é um monstro, existe uma cultura que incentiva para que isso aconteça. Que seja com amor essa transformação porque são nossos pais e irmãos. E que eles lembrem que acontece com as filhas deles, as irmãs, as esposas. Temos o mesmo direito à liberdade criativa que os homens, mas quando você tem medo de agir espontaneamente é muito ruim, você não trabalha tão bem. Então é um caminho da resistência, de se colocar lucidez sobre isso. Se mexe com uma, realmente mexe com todas mesmo. Não estamos mais suportando isso. Temos que provar dez vezes mais que somos capazes e isso é cansativo, não é justo e beira opressões do passado – que ainda acontecem. A resistência de uma mulher em um ambiente restrito é a resistência de todas em ambiente coletivo.  Não quero a propagação do ódio e um bode expiatório, não quero a morte pública de ninguém, mas desculpas são bem vindas. É um alerta necessário. Não foi em vão”. 

Poucos atores vieram a público manifestar sua posição. Os que vieram se colocaram, invariavelmente, ao lado da defesa de José Mayer, como foi o caso de Caio Blat e de Oscar Magrini. Já Paulo Betti, segundo a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo,  preferiu não criticar o ator. Segundo Bergamo, Betti participou de uma das reuniões convocadas na Globo após a acusação de assédio sexual contra o ator José Mayer. Ele diz que o tema é grave e precisa ser discutido, mas pede cautela. "Sou amigo do Zé, um ator maravilhoso. Respeito muito o movimento das moças e defendo o debate, mas não me sinto confortável para tacar pedras em que está sendo apedrejado."

 

Fonte: R7.

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