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Pernambucano cria maior site para serviços de faxina do País

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Quem, no início de 2014, encontrasse o pernambucano Eduardo Brennand Campos nas ruas de São Paulo iria estranhar o fato dele estar pedindo “favores” nas portarias dos prédios. Cada porteiro ganhava um lanchinho ou R$ 20 se fornecesse uma lista de diaristas confiáveis na região. Com algumas conversas e cafés, o empreendedor conseguiu chegar a 30 nomes. Foi aí que a Parafuzo, empresa criada para intermediar serviços domésticos, começou. Com um investimento inicial apenas de tempo e raciocínio, Eduardo conseguiu montar o maior site de serviços de faxina do país, que deve agora oferecer também montagem de móveis e pequenos reparos. A plataforma atua como uma espécie de Uber, onde as diaristas fazem sua própria agenda. Hoje, com uma base de 1,2 mil profissionais disponíveis e 100 mil clientes, a Parafuzo é avaliada em R$ 30 milhões. Mas, para Eduardo, o negócio vale muito mais.

“Conseguimos visualizar muitos setores que podemos trazer para dentro da plataforma. Ou seja, tem muitos negócios em potencial que podemos realizar”, avalia. Com 31 anos, o representante da geração Y não é formado em tecnologia, como muitos imaginariam. Longe disso. Eduardo se formou no Berklee College of Music, nos Estados Unidos, país onde morou ao sair de Pernambuco, aos 15 anos.

“Fiz música porque gostava, mas saí da faculdade para atuar no mercado financeiro. Com 24 anos, voltei ao Brasil para trabalhar nessa área em São Paulo. Eu era muito novo e ganhava muito bem, mas não estava satisfeito. Foi aí que decidi largar tudo e fiquei um mês pensando em abrir uma startup, até que, de uma necessidade própria, surgiu a ideia de oferecer esses serviços domésticos através de um aplicativo”, explica.

Além da inspiração, Eduardo precisou contratar um desenvolvedor e um designer e, claro, “pivotar” o modelo, termo usado em tecnologia quando uma empresa testa o produto e o modifica. “Começamos oferecendo pintura, mas não se adequava ao que precisávamos em volume de frequência dos pedidos. Passamos para outros formatos e, em poucos meses, chegamos ao serviço de diarista como melhor opção”, explica.

Uma vez definido o tema, o empreendedor partiu para o mercado de investimentos. Apesar de ser de uma das famílias mais tradicionais de Pernambuco, donos do Grupo Brennand, que completa 100 anos em 2017, Eduardo foi atrás de fundos de investimento profissionais para crescer. Tentou 40 nomes, levou 39 “nãos”. Até que surgiu um “sim” que representava um aporte de R$ 800 mil, consolidado em 2015. “Conseguimos provar que tínhamos demanda. Agora, precisávamos provar que poderíamos crescer e ter lucro”.

O serviço

Para pedir uma diarista, basta entrar no site www.parafuzo.com.br, clicar no botão indicativo de limpeza e informar e-mail, CEP e quantidade de quartos e banheiros que precisa de limpeza (a cozinha e a sala já são incluídos automaticamente)

Sociedade

Para isso, ele chamou o hoje sócio Felipe Brasileiro, que entrou com a missão de conquistar novos públicos. “Escolhemos abrir nossa primeira ‘filial’ em Campinas porque pensamos que funcionando em uma cidade do interior, menos avançada, teríamos o atestado que o produto poderia rodar em qualquer lugar. Foi o que aconteceu”, avalia. Ainda no fim de 2015, com bons resultados em São Paulo, Campinas e na recém-conquistada praça do Rio de Janeiro, a Parafuzo recebe o segundo aporte financeiro de um fundo. Desta vez, foram 29 “nãos” e um sim de R$ 1,5 milhão. Ainda em 2015, a PEC das domésticas entra em vigor e aumenta a demanda por serviços de diaristas no país. “Apesar das ótimas perspectivas, quase quebramos duas vezes nesse período. A grande dificuldade das startups que são investidas é que você não precisa ganhar dinheiro, mas você precisa pagar as contas e como não é um dinheiro que sai diretamente do seu bolso, você faz contas mais caras do que deveria.”

Das quase falências, ele acredita que tirou os melhores aprendizados da sua carreira. “Quando percebi que em algum tempo não teríamos mais dinheiro, coloquei a meta de chegarmos ao break-even-point, que é o ponto de equilíbrio das empresas. Ou seja, quando o negócio se paga por si só. Minha meta foi atingida em dezembro passado”, revela. No momento, a Parafuzo atua em 20 cidades do Brasil, sendo elas localizadas em cinco regiões metropolitanas: Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba e Belo Horizonte. Deve receber outro investimento, no mínimo, quatro vezes maior que o último.

“Estamos em processo final de negociação.” O valor será usado para completar o plano de 2017 da marca, que é oferecer o serviço de montagem de móveis ligado aos grandes e-commerce brasileiros, lançar o serviço de pequenos reparos e chegar em mais 12 municípios. “Em cinco anos, ainda me vejo na Parafuzo, mas quero ajudar outras startups também. Aproximar esses empreendedores. Gostaria de conversar com esses empresários e dizer que o principal é se preparar e não desistir nunca.”

Recife

Nos planos de expansão do pernambucano Eduardo Brennand, Recife entra como a primeira capital do Nordeste a receber o serviço. O empreendedor afirma que o planejamento é para iniciar o serviço na cidade até setembro e, em seguida, virão Salvador e Fortaleza. Antes, o serviço chega em Ribeirão Preto, São José dos Campos, Goiânia, Florianópolis, Uberlândia, Sorocaba e Santos. Nessas localidades, a Parafuzo já tem uma base de 20 mil profissionais cadastradas. O resultado deverá vir no fim do ano, quando a empresa espera dobrar  o faturamento de 2016: R$ 13 milhões. Vale ressaltar que, ano passado, a Parafuzo cresceu 201% em relação a 2015.


Fonte: Pernambuco

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