A delegada Eugênia Villa, diretora de Gestão Interna da Secretaria da Segurança Pública do Piauí, explicou os diversos tipos de violência contra a mulher que, muitas vezes, estão mascaradas em simples situações do cotidiano e, por isso, algumas mulheres não percebem tais práticas. 

A violência não se limita apenas na questão física, Eugênica exemplificou as violências moral, sexual, psicológica e institucional. Todas estão abrangidas na Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha. A entrevista completa está disponível no vídeo acima. 

“É como tanto a mulher como o agressor achar que é normal por causa de uma cultura que nós temos de colocar a mulher em uma situação de vulnerabilidade. Um gesto de cavalheirismo, por exemplo, pode ser um gesto de machismo, dependendo do gesto e da ocasião”, explicou à delegada.

“Humilhar, tirar a liberdade de crença, diminuir a autoestima, por exemplo, fazem parte de uma violência moral. É uma rotina, às vezes a mulher não se dá conta e precisa de ajuda para que alguém possa dizer: olha, ele não está correto ao ficar jogando culpa pra ela. É uma questão interior, a mulher acredita que está mesmo ficando louca. Ele a faz acreditar nisso. Ela desenvolve doença psíquica somática”, disse a delegada. 

Durante a entrevista, Eugênia ressaltou que a mulher é vista pelo agressor como um objeto, e que ele tem o poder sobre ela.  “É aquela ideia de que se ela não é minha ela não será de mais ninguém. A mulher é reificada. Ela passa a ser encarada como coisa para que o homem possa então dispor daquela coisa”, explicou a delegada, citando exemplo de que o agressor impõe a roupa em que a mulher deve usar, expor a vida intima da vítima, a obrigação de praticar ato sexual com o companheiro e de como ela deve se comportar. 

A entrevista completa está disponível no vídeo acima. 

 

Carlienne Carpaso
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