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Com as reformas, partidos de donos e coronéis não vão sobreviver, diz Margarete

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A vice-governadora Margarete Coelho (PP) fez um alerta nesta terça-feira (18) aos partidos políticos: quem não praticar democracia interna, tende a desaparecer muito em breve. O aviso é em virtude dos efeitos causados pela Operação Lava Jato e pela reforma política que está vindo aí. Para ela, partidos que possuem donos ou coronéis no comando não terão vez.

“Os partidos devem estar abertos e contribuir da melhor maneira possível na elucidação dos fatos. Isso por uma questão de sobrevivência. Tem que se abrir e olhar pra dentro e ver onde precisa se democratizar. Até porque pelas reformas que estão vindo, aquele partido que não praticar uma democracia interna forte e que for partido de donos e coronéis, eles não vão sobreviver, já que o momento não vai permitir”, disse a vice-governadora em entrevista à TV Cidade Verde.

Para Margarete, em virtude da operação Lava Jato, o momento é de extrema gravidade para o país inteiro, principalmente para a política e os partidos. “Tem também a questão dos investimentos privados. Relações que de uma certa forma despertam suspeita. Acusações de promiscuidade em contratos privados e contratos públicos. É um momento muito importante”, afirmou, destacando a preservação das instituições democráticas.

“Uma questão que até tem se mantido é a força das instituições democráticas. Se elas forem preservadas, o Ministério Público atuar como tem que atuar, a Polícia Federal, o próprio Judiciário e o Congresso Nacional, a imprensa, se todos fizerem seu papel, essa crise vai ser construtiva. O Brasil vai ser passado a limpo. Teremos relações mais claras, mais transparentes entre a administração pública e a privada, enfim, vai ser bom para todos”, disse.

No entanto, de acordo com a vice-governadora – que também é advogada – se todos forem colocados na mesma vala, o momento é realmente de se preocupar. “Se nós colocarmos todos no mesmo balaio, se tudo for contaminado por esta lama que se espalha Brasil a fora, tanto na esfera pública como na privada, realmente nós temos que ter muita preocupação. Muita preocupação com a democracia, com o Brasil, mas o que eu acredito é que nós sairemos mais fortes e maiores”, declarou.

Citando uma declaração do governador, Margarete disse que ninguém pode ser condenado só porque foi citado em uma delação premiada, por exemplo. “Precisamos ter cuidado de como lidar com as informações. Como o próprio governador diz, não dá para você considerar alguém culpado porque o nome foi mencionado por um delator. Veja a situação de fragilidade que está um delator. Ele está negociando vantagens pessoais, vantagens para ele que é uma pessoa que, declaradamente, participa de um jogo de corrupção e que tenta de uma forma ou de outra sair desta armadilha. Muitas vezes a delação é para salvar a própria pele. Tanto é que o próprio instituto da delação envolve a confirmação de algumas das informações prestadas pelos delatores. O que nós não pudemos é com base só na palavra do delator, condenar quem quer que seja: ou instituição ou personalidade, partidos, políticos e aguardar a apuração dos fatos”, afirma.

Foto: Roberta Aline

Margarete condenou, ainda, a divulgação privilegiada do conteúdo das delações antes mesmo das confirmações necessárias das informações prestadas. “Uma delação só deveria ser divulgada depois de confirmados os fatos. Tem também a questão dos vazamentos privilegiados. Não acho essa mistura boa. Confirmado os indícios, que seja divulgado sim. A fase de investigação é muito sensível”, finalizou.

Hérlon Moraes
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