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Jordaniano 'nascido' no Piauí levou PF a descobrir esquema de lavagem de dinheiro

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Um jordaniano “nascido” em Anísio de Abreu, interior do Piauí, com passaporte brasileiro feito a partir da identidade de uma mulher chamada Rosa Schlaepfer e com título de eleitor registrando seu “domicílio eleitoral” em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás. Essas foram algumas das informações que surpreenderam a Polícia Federal ao deparar com o jordaniano Ismail Suleiman Hamdan al Helalat tentando entrar no Brasil pelo aeroporto de Brasília em 21 de agosto de 2016.

Na operação Perfídia – deflagrada pela Polícia Federal – o Piauí foi alvo da investigação. Na cidade de Anísio de Abreu (a 568 km de Teresina), policiais fizeram busca e apreensões no cartório da cidade. Na operação, eles apreenderam o aparelho celular da tabeliã e selos do cartório. 

A operação foi para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem internacional de dinheiro, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países. No Piauí, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Eles cumpriram 103 mandados judiciais, sendo 55 de busca e apreensão, 46 de condução coercitiva e dois de prisão temporária. As ações se concentram no Distrito Federal, mas também ocorrem na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Como chegou até o esquema

Durante a prisão do jordaniano ano passado, o atendente da PF no aeroporto Alexandre Magno Guilhon Rosa estranhou o fato de o jordaniano vindo de Paris não falar português mesmo possuindo o passaporte brasileiro. A partir daí, Ismail foi encaminhado para a delegacia de Imigração da Polícia Federal onde a delegada da PF Denisse Dias Rosas Ribeiro o ouviu e constatou as contradições no depoimento do jordaniano, que insistiu ter nascido em Anísio de Abreu, Piauí, mesmo portando também seu passaporte da Jordânia no qual estava registrado como local de nascimento a cidade de Wadi Musa, no país árabe. Diante disso, Ismail foi preso em flagrante, e solto dias depois após o pagamento de fiança de dez salários mínimos. Posteriormente, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal e atualmente responde a uma ação penal pelo crime de falsidade ideológica.

Foi a partir desse episódio que a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Distrito Federal constataram a existência de um grande grupo criminoso que teria cometido crimes muito mais graves além da falsificação de documentos, o que culminou na Operação Perfídia, deflagrada nesta quarta-feira (26), que investiga uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro internacional, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países. Empresas do grupo movimentaram US$ 5 bilhões. Entre os investigados há até um policial federal. De acordo com a PF, são investigadas operações de câmbio não autorizadas, além de dissimulação de aquisição de imóveis de alto valor e promover a evasão de divisas.

Segundo a polícia, os criminosos se utilizavam de laranjas e falsificavam documentos públicos, especialmente certidões de nascimento emitidas em cartórios no interior do Brasil.

 

Da Redação (Com informações da PF/ Época)
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