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Padre Tony Batista critica reformas e alerta: 'nossa crise é de lideranças no Congresso'

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"A cidadania está sendo menosprezada", lamentou o padre Tony Batista sobre a atual proposta de Reforma da Previdência no Brasil. Ele disse ainda que o tão falado "rombo na Previdência" pode até existir, mas é fruto da corrupção e os verdadeiros devedores estão sorrindo da situação.

Nesta sexta (28), protestos contra as reformas da Previdência, do Trabalho e a Lei de Terceirizações estão sendo realizados em todo o país. Centrais sindicais, estudantes, diversas entidades, e até a Igreja Católica se posicionou contra as propostas apresentadas pelo então presidente da República Michel Temer (PMDB) e estão em discussão/votação no Congresso Nacional. 

"Nossos direitos adquiridos estão jogados na lixeira, e nossos pobres mais e mais marginalizados.  Não é que sejamos contra fazer reforma nas nossas estruturas, temos que fazer, por exemplo, no Congresso: qual a representatividade que ele tem hoje? Não tem nada. Se existe um rombo na Previdência é porque alguém roubou, tirou do lugar", questionou. 

Padre Tony comentou que a Igreja Católica não apoia a atual proposta e ressaltou que, na verdade, o país vive uma verdadeira crise é de liderança. 

"Eu tenho certeza que nossa crise maior é de lideranças. Nós não temos homens e mulheres de credibilidade; em quê e em quem acreditar? Quem foi que disse que existe esse rombo na previdência? O rombo deve existir, mas é porque existe um desvio do dinheiro da Previdência para outras coisas - onde bem se entende; são os famosos caixas, o apadrinhamento", declarou. 

Ele destacou que a proposta onera ainda mais os pobres e os grandes devedores ficaram isentos. Para ele, se a contribuição e o patrimônio tivessem sido respeitados, o país não estaria nesta situação. 

"A reforma que querem fazer exclui mais e mais. Nós entendemos que os grandes devedores da Previdência estão aí sorrindo, esperando não sei o quê. Por que também não fazem uma reforma no sentido de como cobrar esses ladrões que devem bilhões à Previdência? Não. Veio foi uma reforma que vai  onerar ainda mais os pobres e os direitos adquiridos, e os grandes devedores serão perdoados", comentou. 

 

Carlienne Carpaso
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