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Piauienses adotam a comodidade do Home Office no mercado de trabalho

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Publicitário Stenio Guimarães trabalha com Home Office desde março de 2016

O despertador toca e são 7 h da manhã. Após o banho e o café, organizo a mesa de estudos que hoje se transformou em um espaço dedicado ao Home Office, especialmente hoje, para escrever esta reportagem especial para o Dia do Trabalho, comemorado em todo o país no dia 1º de maio. Faço algumas ligações para os entrevistados, olho os e-mails e inicío a produção.

Para essa entrevista, o Cidadeverde.com conversou com o publicitário Stenio Guimarães, que desde março de 2016, adotou na sua carreira profissional o uso Home Office. Assim como ele, essa é a realidade de diversos profissionais – como jornalistas, fotógrafos e arquitetos – que buscaram no conforto do lar ou de outros ambientes alternativos a sede das empresas – a prestação de serviço em todo o país, e até no exterior.  

Graças aos avanços de conceitos de modalidade e a computação em nuvem, a capacidade de executar o trabalho em qualquer lugar – desde que haja uma ótima conexão com a internet – conquistou os brasileiros. 

Cada profissional organiza o home office de maneira que atenda melhor às suas demandas. Uns chegam a ter um espaço exclusivo em casa para atender os clientes, já outros vão até às empresas ou marcam em locais públicos apropriados.  Stenio trabalha como consultor e instrutor, faz visitas aos clientes nas suas empresas. Ele contou um pouco da sua experiência.

“O benefício maior é a liberdade de fazer o seu horário, meu home é em casa. Eu visito bastante algumas praças de alimentação de shopping e alguns cafés, mas não tenho lugar fixo, quando preciso entregar um relatório ou orçamento, o local mais próximo que me oferecer uma tranquilidade e boa internet é suficiente”.

Com relação aos horários, tanto Stenio como os especialistas da área alertam: é preciso ter foco e disciplina.  Com a liberdade do Home Office, trabalhar em casa pode ajudar ou atrapalhar já que as distrações podem ocorrer com maior facilidade e, nessas horas, o Stenio brinca: “fuja de casa”.  

“Fugir de casa, essa seria a minha dica, mesmo não tendo tantos afazeres por morar na casa dos meus pais, tudo se torna distração, um favor, uma TV com volume alto, de acordo com a atividade precisamos de atenção, quando preciso desenvolver alguma atividade design gráfica, gosto de silêncio e, normalmente, vou para o meu apartamento, que fica bem longe da casa dos meus pais, assim já facilita a concentração”, disse o publicitário. 

TCE-PI adota Home Office 

No Piauí, não somente os profissionais autônomos adotaram o Home Office, chamado por alguns de “trabalho do futuro”. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) encontrou no “Teletrabalho” a melhora na qualidade de serviços prestados pelos funcionários. Atualmente, 21 auditores de controle externo estão nessa atividade, sendo 14 na Diretoria de Fiscalização da Administração Municipal (DFAM) e 7 Diretoria de Fiscalização da Administração Estadual (DFAE). 


Diretores da DFAE e  DFAM, Valéria Santos e Vilmar Miranda (Foto: TCE-PI)

O Tribunal possui metas mensal, trimestral e anual, sendo que cada servidor possui uma meta individual a ser cumprida.  O “Teletrabalho” - a realização de trabalhos fora das dependências do Tribunal – possui resolução específica e foi autorizada desde abril do ano passado. Para que fosse possível, o TCE fez a implantação do processo eletrônico e de ferramentas de trabalho específicas. 

“Percebeu-se que os servidores que decidiram aderir ao Teletrabalho ficaram satisfeitos refletindo assim em resultados positivos para a Diretoria. Como a própria Resolução prevê o incremento de 30% da meta individual, os resultados foram muito satisfatórios para o Tribunal”, comentou o diretor da DFAM,  Vilmar Barros de Miranda. 

Já a diretora DFAE, Maria Valéria Santos Leal, disse que “antes da implantação do teletrabalho a DFAE estava com estoque de processos elevado e após a adesão, os servidores sentiram-se motivados e cumpriram além da meta estabelecida, sendo muito satisfatórios os resultados para a fiscalização estadual”.

Pontos Positivos e Negativos 

Os diretores da DFAM e DFAE elencaram os positivos e negativos do uso do Teletrabalho no TCE-PI.

Positivos: incremento da produtividade, cumprimento tempestivamente das metas, satisfação do servidor. Indiretamente, menos carros rodando em horário comercial, contribuindo para melhoria no trânsito da cidade; redução de material de consumo no órgão e economia de energia. O negativo se restringiu a diminuição da convivência diária entre os servidores. 

 

 

7 coisas que todo mundo precisa saber sobre Home Office*


1. Home office não significa trabalho em casa

Apesar da tradução literal do termo, no Brasil ele define de forma genérica o trabalho que é realizado em espaço alternativo ao escritório da empresa. Este local pode ser – ou não – o escritório em casa. Uma pessoa pode trabalhar “Home Office” em cafés, hotéis, aeroportos, táxis, parques…ou em casa.

Os termos mais exatos para definir esta modalidade de trabalho são: trabalho remoto, teletrabalho, trabalho à distância, ou o que acredito ser o mais adequado, trabalho portátil.

2. Não é para todo mundo

Infelizmente nem todo profissional pode trabalhar Home Office. Quem é empreendedor e quer permanecer com uma empresa enxuta ou somente testar a viabilidade de uma ideia, pode abrir sua empresa na garagem de casa e começar a trabalhar. Já quem é colaborador de uma empresa depende de uma série de fatores para ser candidato a este formato de trabalho.

Em primeiro lugar, a empresa onde ele trabalha deve possuir um programa que permita esta modalidade. Ou ter planos de implementar um piloto. Depois, existe a restrição de atividades. Algumas tarefas exigem que o colaborador vá até o local de trabalho todos os dias da semana. Isso ocorre quando as ferramentas que ele utiliza para executar seu trabalho não podem ser retiradas da empresa (por não serem portáteis, serem perigosas ou sigilosas). Outro motivo é quando o trabalhador depende da interação exclusivamente presencial com outras pessoas, de dentro ou de fora da empresa, todos os dias da semana.

E, finalmente, existe a regra dos três perfis: ambiente de trabalho, família e colaborador devem possuir as características necessárias para que o teletrabalho seja realizado de forma adequada e producente. Um profissional que é movido a chefe, montou seu Home Office na cozinha ou não tem uma família colaborativa, por exemplo, terá dificuldade para trabalhar remotamente.

3. Home Office não é um jeito fácil de ganhar muito trabalhando pouco

Existem duas maneiras de efetivamente trabalhar em casa: como empreendedor/autônomo, ou como contratado de uma empresa. Se você pretende abrir uma empresa home based, ou trabalhar em casa como autônomo, prepare-se para muita dedicação. Quem é seu próprio chefe sabe muito bem que o expediente não acaba no final do dia e a semana muitas vezes não termina na sexta-feira.

Se você trabalha em casa para uma empresa, a chance é grande de que também passe a trabalhar mais do que no escritório tradicional, já que as horas antes perdidas no trânsito acabam sendo revertidas em mais produtividade. Além disso, no trabalho remoto não existem as pausas para o cafezinho ou as interrupções dos colegas: trabalha-se de forma mais contínua e, portanto, mais intensa.

4. Nem todo dia é dia de Home Office

Quem trabalha em Home Office não fica longe da empresa 100% do tempo. Na realidade, o mais comum em programas de teletrabalho é que o colaborador fique remoto em torno de dois a três dias na semana. E mesmo quem trabalha todos os dias no Home Office precisa comparecer em reuniões presenciais na empresa no mínimo a cada 15 dias.

5. Pijama e pantufa não combinam com Home Office

Trabalhar em Home Office exige uma grande dose de profissionalismo e esta atitude começa na hora de se vestir para trabalhar. Quem trabalha em casa e fica de pijama, ou sem camisa, acaba refletindo este desleixo na qualidade de suas tarefas.

Se o hábito faz o monge, um traje não profissional pode contaminar a seriedade do trabalho e reduzir a credibilidade e até a autoestima do colaborador. Esta insegurança pode acabar vindo à tona, principalmente na hora de falar com os clientes ao telefone. Em casos extremos, o comportamento relapso no home office pode levar até à depressão.

Isto não significa, claro, que seja necessário colocar terno e gravata todos os dias. O importante é trabalhar com uma roupa confortável, mas que transmita uma atitude profissional para si mesmo e para os outros. Inclusive preparando o colaborador para atender a uma eventual reunião de última hora por vídeo-conferência. Camisa pólo e jeans, por exemplo, são coringas. Maquiagem leve para as mulheres e barba aparada para os homens também ajudam na inspiração e na motivação.

6. O Home Office não é um mar de rosas…

Muita gente acha que se começar a trabalhar em Home Office vai poder dormir até às 11 horas da manhã, passear no shopping quando bem entender, beber uma cervejinha com os amigos no meio da tarde. E trabalhar quando sobrar um tempinho.

Mas para funcionar com produtividade, o Home Office exige um grande autocontrole e uma dose extra de disciplina. Disciplina para lidar com “tentações” como a geladeira e a TV a dez passos de distância, disciplina para saber a hora de começar e de terminar o expediente, disciplina para organizar o espaço de trabalho e para gerenciar o andamento de suas tarefas e não se perder nos prazos.

Além disso, trabalhar em casa pode gerar uma sensação de isolamento, problemas familiares e queda de concentração por conta de ruídos domésticos, distrações, demandas de filhos e cônjuges.

7. …mas é o melhor lugar do mundo para trabalhar

Apesar dos desafios, quem consegue administrar seu tempo e produzir com qualidade no Home Office acaba trabalhando melhor e aproveitando muito mais a vida. Com o trabalho remoto evitam-se as várias horas e o enorme stress causados pelo trânsito no trajeto entre casa e trabalho. 

O tempo que o colaborador ganha escapando dos congestionamentos pode ser utilizado para praticar esporte, acompanhar um filho no médico, relaxar, ou até mesmo adiantar as tarefas para garantir tempo livre em outro momento. 

Com a redução do stress no trânsito e a possibilidade de controlar a qualidade da própria alimentação, quem sai ganhando é a saúde do colaborador. Além disso, trabalhar em Home Office aumenta a motivação e reduz interrupções de colegas e reuniões desnecessárias, aumentando a produtividade. Bom para o colaborador, melhor ainda para a empresa que o emprega.


Carlienne Carpaso
[email protected] 

*Conteúdo publicado originalmente no Go Home, site especializado em Home Office
*As fotos publicadas com modelos de decoração de Home Office são divulgação, de autoria desconhecida. 

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