Foto: Arquivo Pessoal

Sete horas. Esse foi o tempo que dois pescadores ficaram à deriva no mar a mais de 20 quilômetros da praia de Mongaguá, no litoral de São Paulo (SP), esperando por resgate. O barco de alumínio em que eles estavam afundou, após as condições climáticas mudarem repentinamente e uma onda atingir a embarcação.

O caso ocorreu na quarta-feira (26) e ganhou repercussão após uma das vítimas publicar uma nota de agradecimento em uma rede social. Os dois foram socorridos com vida, mas debilitados e com sinais de hipotermia. Eles sobreviveram ao se agarrarem a um tanque de combustível, que boiou após o naufrágio.

Como está acostumado a fazer há mais de duas décadas, o pescador artesanal Tales Rodrigues dos Santos, de 50 anos, deixou a orla do bairro Vera Cruz, no início da manhã, a bordo da embarcação Maricá, de 6 metros de comprimento. Ele estava acompanhado de um ajudante, o pescador Lucas Everton, de 21 anos.

Seria mais uma manhã de pescaria na costa da cidade. "Tínhamos 500 quilos de rede a bordo no barco. Fomos pescar cedo para voltar às 10 horas e vender os peixes na banca, na praia, como sempre fazemos. A previsão mostrava que o tempo iria mudar após as 11h então, estávamos tranquilos", conta Tales.

A surpresa, segundo ele, foi a chegada de uma frente fria, prevista para alcançar o Estado e ocasionar ressaca no mar, mas que se antecipou. "Por volta das 9h, começou a ventar muito e uma onda alta atingiu o nosso barco, que estava com as redes, e ele afundou. Não tivemos o que fazer. Não deu tempo de pegar colete (salva-vidas)", diz.

Os dois se agarraram a um tanque de combustível da embarcação. "Foi a única peça que boiou aquela hora. Ao fundo, eu olhava pra terra, e dava para ver o topo dos prédios na cidade. A gente tentou seguir em direção à praia, seguindo a corrente, mas o mar estava muito agitado e ventava demais", lembra.

Fonte: G1