A governadora do Piauí em exercício, Margarete Coelho (PP), viu de perto os primeiros efeitos da notícia que desestruturou Brasília nesta quarta-feira (17). A reunião em que ela e outros governadores participavam acontecia justamente com o presidente da República, Michel Temer. Os gestores presenciaram o momento em que o peemedebista recebeu a informação e em seguida encerrou a reunião. Para Margarete, foi uma bomba de efeito devastador.

“Foi um momento em que ficou todo mundo atordoado. No momento da notícia nós estávamos reunidos com o presidente no gabinete dele, na sala dele. Não estavam todos os governadores presentes, mas os vices estavam. Estávamos discutindo uma pauta que foi retirada em Salvador e se percebeu aquela troca de mensagens. Alguém entra e fala alguma coisa no ouvido e a reuniao foi encerrada. Já estávamos no final e alguém cochichou no ouvido do presidente e ele encerrou a reunião”, narrou Margarete em entrevista à TV Cidade Verde.

A vice-governadora reiterou que todos na reunião não sabiam de nada. Só após deixarem a sala é que perceberam a gravidade das informações.

“Não sabíamos nada. Quando saíamos todas as assessorias estavam em polvorosas. Foi uma bomba de efeito bastante devastador”, afirmou.

Margarete, que também é advogada, disse que se as denúncias forem comprovadas, houve crime de responsabilidade. “Se comprovando os fatos é crime de responsabilidade”, finalizou.

Entende o caso

Na noite de ontem, o Jornal O Globo publicou uma matéria onde informava que o dono da JBS, Joesley Batista, havia gravado o presidente Michel Temer indicando o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. 

Hérlon Moraes
[email protected]