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No Rio de Janeiro, multidão protesta contra Temer e pede por eleição direta

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Manifestantes se concentram em protesto que pede saída de Temer e eleições diretas (Foto: Henrique Coelho / G1)

Manifestantes fazem um protesto neste domingo (28) contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e pedem eleições diretas. A concentração começou por volta de 11h em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Desde as 10h, a movimentação na altura da rua Siqueira Campos foi aumentando gradativamente. Diversas centrais sindicais e grupos de esquerda ligados ao movimento "Fora Temer" erguiam bandeiras e cartazes.

Deputados de partidos como PSB, PSOL, Rede e PT podiam ser vistos, anonimamente ou subindo no carro do som. Artistas também participavam do ato, como Daniel de Oliveira, Sophie Charlotte e Renato Góes.

Às 13h, começou a tocar o Cordão do Bola Preta, tradicional bloco de carnaval do Rio. Algumas versões eram parodiadas, incluindo na letra "Fora Temer" ou "Diretas Já".


Manifestantes Pedem Diretas Já em protesto no Rio de Janeiro no dia 28 De Maio (Foto: Julio Guimaraes/Reuters)

De acordo com Ana Ribeiro, da Frente Brasil Popular, uma das organizadoras do ato, a estimativa de público é de 50 mil ao longo do dia. A Polícia Militar não divulga um número oficial de público.

"A gente pensou esse ato durante a última manifestação na Cinelândia. Aquela repressão, aquele cenário, fez com que a gente pensasse num ato diferente, que dialogasse com a população. E o 'Diretas Já' é um 'Fora Temer'. A gente espera que isso ecoe pro resto do país", afirmou Ana.

Ainda segundo os organizadores, estão previstos shows de artistas contrários ao presidente, como Caetano Veloso, Mano Brown, Criolo, Cordão da Bola Preta, Otto, Maria Gadu, Martn'ália, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina, Digitaldubs e Bnegão, e Pedro Luis.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirma ser possível prever hoje o desfecho da crise política. "Nós exigimos eleições diretas para presidente, mas não dá pra saber qual será a decisão do Congresso. Há uma proposta de emenda constitucional que será votada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça. Mas tem outras variáveis: parece que o (deputado federal) Rocha Loures (flagrado recebendo R$ 500 mil) está negociando delação premiada. Então muita coisa pode acontecer", avaliou.

Protesto 

O protesto ocorre após delações de executivos do grupo JBS atingirem o presidente e a cúpula do seu governo. Dono do grupo, Joesley Batista, gravou o presidente em diálogo sobre a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de um inquérito para investigar Temer. No pedido de investigação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou o presidente de envolvimento com pelo menos três crimes: corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Na última quinta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou na Câmara um pedido de impeachment contra o presidente com base na delação e acusou o presidente de cometer crime de responsabilidade.

Caso Temer seja afastado do cargo, a previsão constitucional é que sejam realizadas eleições indiretas — aquela em que os parlamentares escolhem o presidente. O mesmo vale caso Temer decida renunciar ao seu mandato. Só é possível realizar uma eleição direta, se o Congresso aprovar uma emenda constitucional com esse intuito. A proposta precisaria ser aprovada em dois turnos por três quintos dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Uma PEC apresentada pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) está em tramitação na Casa.

Fonte: G1 e Época 

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