Cidadeverde.com

Situação econômica contribui para o trabalho infantil, diz procuradora

Imprimir

Foto: Roberta Aline

Em entrevista ao Cidade Verde Notícias desta segunda-feira (12), a procuradora do trabalho em Picos, Pollyanna Tôrres, afirmou que a questão cultural contribui para o uso de crianças e jovens no trabalho, mas a situação econômica é um dos principais fatores. Em 12 de junho, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. 

Segundo a procuradora, as campanhas persistentes têm surtido efeito na mudança dessa realidade, mas a falta de recursos ainda é determinante para que muitas famílias coloquem suas crianças para trabalhar desde cedo. "Em estados mais pobres da federação esse problema se torna mais grave porque muitas crianças são utilizadas para o trabalho como única fonte de renda das famílias, para adquirir renda."

Além de ficarem fora da escola, crianças e adolescentes que trabalham antes dos 14 anos estão sujeitas a outros problemas. "O pior são os riscos à própria saúde, psicológica e física, a violência que podem sofrer, os acidentes de trabalho. É uma questão realmente grave", acrescenta a procuradora. 

No Piauí, apesar da redução apresentada nos últimos anos, os índices de trabalho infantil ainda são considerados elevados pelo Ministério Público do Trabalho. A presença de crianças e jovens é maior em atividades rurais e domésticas, além de ambulantes em feiras livres e mercados. Em casos mais raros, o MPT recebe denúncias de mão-de-obra ilegal em estabelecimentos, como oficinas mecânicas - casos que têm prioridade das equipes de fiscalização. 

As pessoas denúnciadas firmam Termo de de Ajustamento de Conduta, no qual se comprometem a tirar a criança da situação irregular. A desobediência pode implicar em multa. 

Além de denúnciar os casos de trabalho infantil, a população pode contribuir ao evitar comprar produtos das mãos de crianças e jovens. "Além de denunciar o que a gente pode fazer pra melhorar a situação é não comprar de crianças e adolescentes nesses locais. As pessoas ficam com pena daquela situação, os adultos sabem disso e colocal as crianças para pedir no lugar deles em sinais. Mas a gente não pode ceder", completa a procuradora. 

Ouça a entrevista concedida na Rádio Cidade Verde:

Fábio Lima
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais