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'Não me sinto blindado', diz Ilan Goldfajn, presidente do BC, sobre crise política

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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (12) que não sente que o trabalho da equipe econômica está protegido da crise política. "Pessoalmente não me sinto blindado. A sensação é que tem muito risco ainda no que a gente está fazendo. Então essa sensação de blindado é mais do mercado financeiro, a gente está lá lutando".

Ele participou do projeto História Contada, da Unibes Cultural, que traz relatos de personalidades da comunidade judaica, em São Paulo. Ilan reiterou que seu papel na condução da economia é "técnico e apartidário" e que isso não muda diante do cenário político turbulento, que continuará trabalhando "da melhor forma possível".

"Se a crise política levar a um problema nas reformas, isso afeta o meu trabalho. Não vou trabalhar pensando em política, mas vou trabalhar nas coisas que podem ter consequências [para minha função]".

Crise da sexta-feira
Descontraído, Ilan descreveu assim o seu trabalho na instituição: "Tem sempre uma crise na sexta-feira à noite". Ele disse que está satisfeito com a função, mas que o trabalho é intenso e de "bastante responsabilidade", que "não sai do trabalho se divertindo". Também ressaltou que as crises que mencionou nem sempre vêm a público e que muitas vezes se referem a temas internos do banco.

"É alguém que criticou, alguém reclamou algum problema que você tem que consertar, alguma coisa que você sabe que vai dar errado e tem que segurar. A gente joga tanto no ataque quanto na defesa, e o que é da defesa ninguém vê, ainda bem", brincou.

Sobre o que pretende realizar na economia, Ilan resumiu: baixar a inflação e os juros, retomar o crescimento e reduzir o desemprego. "É um desafio grande", disse. "Vocês acham que é o Banco Central que manda nos juros, não é. É a economia que manda nos juros. A gente faz o que pode".

Inflação
O presidente do Banco Central disse que a meta de inflação para 2019 será definida no fim deste mês. Ao comentar sobre a meta para 2017 e 2018, que está fixada em 4,5%, ele disse que o BC ainda não teve a "oportunidade ou a ousadia" de tentar baixá-la.

Ilan disse ainda que o governo brasileiro pode diminuir a interferência na economia e ceder espaço para o setor privado, apesar de o país ainda depender de atuação do estado em algumas áreas.

"O Brasil ainda tem muito o que avançar em produtividade e distribuição de renda. Tem coisa que o estado assume que não é necessário e tem outras questões que precisam muito do setor público. Eu diria que tem saber focar onde o estado tem que interferir", afirmou.

Fonte: G1

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