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Um mês após ter casa incendiada, mulher pede ajuda e teme ex-companheiro

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Após 28 dias do incêndio que destruiu sua casa em Teresina (PI), a doméstica Janaína Rios ainda teme que o ex-companheiro, principal suspeito de ter cometido o crime, reapareça. Ela denunciou o caso para a Polícia Civil. Mas Janaína precisa de ajuda também para reconstruir sua vida, a começar pelo teto. 

Antes do incêndio, ocorrido no final de maio, o ex-companheiro de Janaína teria tentado atear fogo na casa por duas vezes, mas só objetos foram perdidos. Dessa vez, os danos foram maiores. Já há um mutirão de amigos garantido para a reforma da casa, mas ela não tem recursos para comprar o material. 

As filhas da doméstica fazem acompanhamento psicológico após o crime. Além disso, Janaína tem se revezado em casas de parentes enquanto não consegue recuperar seu lar, adquirido no programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, há cinco anos. 

Como se não tivesse problemas a mais, Janaína Rios ainda teme que o ex-companheiro reapareça e cometa novos atos de violência. "A gente tem medo. A pessoa que faz isso é capaz de tudo. Tenho medo, sim", disse em entrevista à TV Cidade Verde.

Mulheres devem denunciar
Coordenadora do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio do Piauí, a delegada Anamelka Cadena reforçou o pedido para que mulheres vítimas de violência, ou outras pessoas que presenciem esses crimes, procurem a Polícia Civil, ainda que de forma anônima. 

"A gente tem via de regra são mulheres que sofrem violência, que é de conhecimento público e notório, que não denunciam e sofrem essa violência maior que é o feminicídio", alertou a delegada, garantindo que todos os procedimentos legais possíveis são adotados após a denúncia ser efetivada. 

Em 17 meses, foram registrados no Piauí 84 mortes violentas de mulheres, sendo 50 considerados feminicídios, quando as vítimas são mortas por serem mulheres. Desses casos, apenas 10% já haviam denunciado as agressões dos companheiros para a Polícia Civil. 

Fábio Lima
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