Em entrevista ao Jornal do Piauí desta quarta-feira (28), o secretário estadual da Fazenda, Rafael Fonteles, admitiu que o empréstimo feito junto à Caixa Econômica Federal traz um alívio para as contas do Governo do Estado, mas não significa que as medidas de contenção de despesas e busca por novas receitas possam ser deixadas de lado. O gestor avalia que a crise econômica tem sido afetada por fatos políticos, o que dificulta a recuperação da economia. 

"Há um alívio, sim. Mas continua o desafio dessa gestão de atravessar a crise", disse o secretário, ao explicar que os R$ 600 milhões o contrato de empréstimo serão usados em obras de infraestrutura. Como o Estado usava parte dos recursos para evitar que obras fossem paralisadas, esse dinheiro poderá ser revertido para outras ações, como o pagamento da folha salarial dos servidores públicos.

"Continua o alerta ligado no contingenciamento de despesas, na contenção de gastos e na busca alternativa de receitas (...) Continuamos com o alerta ligado", acrescentou Fonteles. 

O secretário citou que o fundo de participação dos estados cresceu 9% em maio, mas apresentou queda nominal de 2% no mês seguinte. Para ele, as investigações que envolvem o presidente Michel Temer tornam ainda mais instável o quadro político, o que afeta o cenário econômico e faz o Governo do Estado redobrar os cuidados. "O fato é que nós estamos trabalhando sem estar esperando soluções".

Foto: Wilson Filho/Cidade Verde

Os recursos do empréstimos serão empregados em obras de mobilidade urbana, como rodovias, e saneamento, caso da Adutora do Litoral. A primeira metade dos recursos deve ser disponibilizada já na próxima semana. Entre as obras, estão inseridas também a Transcerrados, a terceira etapa da ZPE de Parnaíba e o elevado da avenida Miguel Rosa, na Tabuleta, que tinha 80% do seu valor assegurado e agora conta com todos os recursos para ser concluído. 

Fábio Lima
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